jueves, 31 de diciembre de 2009

Cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado...




Cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado
Quem diz que me entende nunca quis saber
Já fui internado numa clínica e aqui estou
Dizem que por falta de atenção dos amigos,das lembranças
E dos sonhos que se configuram tristes e inertes
Como uma ampulheta imóvel,não se mexe,não se move
Não trabalha
Estou trancado no banheiro
E faço marcas no meu corpo com um pequeno canivete
Deitado no canto,meus tornozelos sangram
E a dor é menor do que parece
Quando me corto me esqueço
Que é impossível ter da vida calma e força
Viver em dor,o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer
Um de seus amigos já se foi
Quando mais uma ocorrência policial
Ninguém entende,não me olhe assim
Com este semblante de bom samaritano
Cumprindo o seu dever,como se eu fosse doente
Como se toda essa dor fosse diferente,ou inexistente
Nada existe pra mim,não tente
Você não sabe e não entende
E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito
Eu sei que a loucura está presente
E sinto a essência estranha do que é a morte
Mas esse vazio eu conheço muito bem
De quando em quando é um novo tratamento
Mas o mundo continua sempre o mesmo
O medo de voltar pra casa à noite
Os homens que se esfregam nojentos
No caminho de ida e volta da escola
A falta de esperança é o tormento
De saber que nada é justo e pouco é certo
E que estamos destruindo o futuro
E que a maldade anda sempre aqui por perto
A violência e a injustiça que existe
Contra todos...
Um mundo onde a verdade é o avesso
E a alegria já não tem mais endereço
Eu, trancado no meu quarto
Com meus discos e meus livros, meu cansaço
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
E esperam que eu cante como antes
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
Mas um dia eu consigo existir
E vou voar pelo caminho mais bonito
Só tenho alguns anos e sou velho...

Adaptação livre não consentida da letra de Clarice de Renato Russo em Uma outra estação.

martes, 29 de diciembre de 2009

Conto de fadas



Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido, Amor!
E para as tuas chagas o ungüento
Como que sarei a minha própria dor.

Trago no nome as letras duma flor...
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento...

Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde,
O sol que é de ouro, a onda que palpita.

Dou-te, comigo, o mundo que Deus fez!
- Eu sou Aquele de quem tens saudade,
O príncipe do conto: "Era uma vez..."

Florbela Espanca

Tarde demais



Quando chegaste enfim, para te ver
Abriu-se a noite em mágico luar;
E para o som de teus passos conhecer
Pôs-se o silêncio, em volta, a escutar...

Chegaste, enfim! Milagre de endoidar!
Viu-se nessa hora o que não pode ser:
Em plena noite, a noite iluminar
E as pedras do caminho florescer!

Beijando a areia de ouro dos desertos
Procurara-te em vão! Braços abertos,
Pés nus, olhos a rir, a boca em flor!

E há cem anos que eu era novo e lindo!...
E a minha boca morta grita ainda:
Por que chegaste tarde, ó meu Amor?

Florbela Espanca

Tédio



Passo pálida e triste. Ouço dizer:
“Que branco que ele é! Parece morto!”
e eu que vou sonhando, vago, absorto,
não tenho um gesto, ou um olhar sequer...

Que diga o mundo e a gente o que quiser!
— O que é que isso me faz? O que me importa?...
O frio que trago dentro gela e corta
Tudo que é sonho e graça em mim!

O que é que me importa?! Essa tristeza
É menos dor intensa que frieza,
É um tédio profundo de viver!

E é tudo sempre o mesmo, eternamente...
O mesmo lago plácido, dormente...
E os dias, sempre os mesmos, a correr...

Florbela Espanca

A minha tragédia



Tenho ódio à luz e raiva à claridade
Do sol, alegre, quente, na subida.
Parece que minh'alma é perseguida
Por um carrasco cheio de maldade!

Ó minha vã, inútil mocidade,
Trazes-me embriagada, entontecida!...
Duns beijos que me deste noutra vida,
Trago em meus lábios roxos, a saudade!...

Eu não gosto do sol, eu tenho medo
Que me leiam nos olhos o segredo
De não amar ninguém, de ser assim!

Gosto da Noite imensa, triste, preta,
Como esta estranha e doida borboleta
Que eu sinto sempre a voltejar em mim!...

Florbela Espanca

viernes, 25 de diciembre de 2009

Fazedor de Desgosto

De luas, desatino e aguaceiro
Todas as noites que não foram tuas.
Amigos e meninos de ternura.

Intocado meu rosto-pensamento
Intocado meu rosto é tão mais triste
Sempre à procura do teu corpo exato.

Livra-me de ti.
Que eu reconstrua meus pequenos amores.
A ciência de me deixar amar
Sem amargura.

E que me dêem a enorme incoerência
De desamar, amando.

E te lembrando...

Fazedor de desgostos...
Que eu te esqueça...

Como saber de mim, sem te saber?

Hilda Hilst

sábado, 19 de diciembre de 2009

Jandira por Murilo Mendes



O mundo começava nos seios de Jandira.

Depois surgiram outras peças da criação:
surgiram os cabelos para cobrir o corpo,
(às vezes o braço esquerdo desaparecia no caos).
E surgiram os olhos para vigiar o resto do corpo.
E surgiram sereias da garganta de Jandira:
o ar inteirinho ficou rodeado de sons
mais palpáveis do que pássaros.
E as antenas das mãos de Jandira
captavam objetos animados, inanimados,
dominavam a rosa, o peixe, a máquina.
E os mortos acordavam nos caminhos visíveis do ar
quando Jandira penteava a cabeleira...

Depois o mundo desvendou-se completamente,
foi-se levantando, armado de anúncios luminosos.
E jandira apareceu inteiriça,
de cabeça aos pés.
Todas as partes do mecanismo tinham importância.
E a moça apareceu com o cortejo do seu pai,
de sua mãe, de seus irmãos.
Eles é que obedecem aos sinais de Jandira
crescendo na vida em graça, beleza, violência.
Os namorados passavam, cheiravam os seios de Jandira
e eram precipitados nas delícias do inferno.
Eles jogavam por causa de Jandira,
deixavam noivas, esposas, mães, irmãs
por causa de Jandira.
E Jandira não tinha pedido coisa alguma.
E vieram retratos no jornal
e apareceram cadáveres boiando por causa de Jandira.
Certos namorados viviam e morriam
por causa de um detalhe de Jandira.
Um deles suicidou-se por causa da boca de Jandira.
Outro, por causa de uma pinta na face esquerda de Jandira.
E seus cabelos cresciam furiosamente com a força das máquinas;
não caía nem um fio,
nem ela os aparava.
E sua boca era um disco vermelho
tal qual um sol mirim.
Em roda do cheiro de Jandira
a família andava tonta.
As visitas tropeçavam nas conversações
por causa de Jandira.

E um padre na missa
esqueceu de fazer o sinal-da-cruz por causa de Jandira.

E Jandira se casou.
E seu corpo inaugurou uma vida nova,
apareceram ritmos que estavam de reserva,
combinações de movimento entre as ancas e os seios.
À sombra do seu corpo nasceram quatro meninas que repetem
as formas e os sestros de Jandira desde o princípio do tempo.

E o marido de Jandira
morreu na epidemia de gripe espanhola.
E Jandira cobriu a sepultura com os cabelos dela.
Desde o terceiro dia o marido
fez um grande esforço para ressucitar:
não se conforma, no quarto escuro onde está,
que Jandira viva sozinha,
que os seios, a cabeleira dela transtornem a cidade
e que ele fique ali à toa.

E as filhas de Jandira
inda parecem mais velhas do que ela.
E Jandira não morre,
espera que os clarins do juízo final
venham chamar seu corpo,
mas eles não vêm.
E mesmo que venham, o corpo de Jandira
ressuscitará inda mais belo, mais ágil e transparente.


Murilo Monteiro Mendes (Juiz de Fora, 13 de maio de 1901 — Lisboa, 13 de agosto de 1975) foi um poeta brasileiro, expoente do surrealismo brasileiro.

Cartas de Sanha e Sofrimento: N. 3

Hoje a realidade bateu em minha porta.
Trancado estava e trancado permaneci.

Lembro de ver você chegar, se aproximar, sorrir, apertar minha mão e cantar pra mim.

Sonho?
Talvez sim e porque não.

Realidade?
Não sei. Sigo inerte.
Rubro pingente do amor perdido.

Sucumbo no próprio universo de meu eu...
Sem saber se sou...
E sem saber, fico, não sei até quando...

Acreditando que meu sangue errou de veia e se perdeu...

Ou que talvez de fato o amor fuja de mim.

Ou...

Fica imerso no abismo de nós dois que é sempre meu...

Agora preciso ir...

Trancar-me-ei no porão que construí com tua ausência...

E rogo ao senhor do esquecimento que apague de minha memória esse dia...

Não posso mais chorar.

Se chegue tristeza...

Ouça!!!

Ouça, vá viver
Sua vida com outro alguém
Hoje eu já cansei
De pra você não ser ninguém

O passado não foi o bastante
Pra lhe convencer
Que o futuro seria bem grande
Só eu e você

Quando a lembrança
Com você for morar
E bem baixinho
De saudade você chorar

Vai lembrar que um dia existiu
Um alguém que só carinho pediu
E você fez questão de não dar
Fez questão de negar

Maysa

Dois meninos!!!

Como dois meninos
que se entendem sem falar.
Como dois meninos
fizemos de tudo o amor.

Como dois meninos
fugimos de tudo um dia.
Fizemos tudo um dia
e ficamos sem saber.

Como dois meninos
nós brigamos por tolices
entendemos a saudade.

Nunca mais, nós dois seremos
como dois meninos.

Maysa

Morrer não dói!!!


O amor é o ridículo da vida.

A gente procura nele uma pureza impossível.

Uma pureza que está sempre se pondo, indo embora.

A vida veio e me levou com ela.

Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que nos persegue, bonita e breve.

Como as borboletas que só vivem vinte e quatro horas.

MORRER NÃO DÓI...

Cazuza

Cartas de Sanha e Sofrimento: N. 2

Passei noites escrevendo-te uma carta.
Você rasgou...

Olhei em teus olhos e disse que te amava com todas as minhas forças.
Você riu de mim...

Por fim...
Cortei os pulsos e assim fiquei a sangrar...
Você me deixou morrer...

Corredor estreito...
Costas largas...

No último instante, percebi que eu e você nunca fomos nós...

miércoles, 16 de diciembre de 2009

Cartas de Sanha e Sofrimento: N. 1

Não quero voltar a sonhar acordado e ver um oásis no deserto de meu coração...
Um ano sem você e a minha vida segue aos pedaços, com o pouco de ar que tenho em meus pulmões tento seguir vivo.
O que sobrou de nós dois não dá nem pra repartir, assim, meio sem querer ser ou saber se sou, ou ainda se seguirei.
Quem sou eu, meu amor sem você?
Que de tão leve o desejar de teus braços eu possa sentir o peso do teu corpo sobre o meu, as tuas costas largas, o teu olhar perseguidor de minhas voltas loucas, procurando algo que perdi dentro de mim.
Estou trancado.
Fechado em mim mesmo, e as chaves? As chaves você levou, e na espera angustiante de que um dia, ó meu amor, tu voltes a mim, me tranco no porão junto com tua ausência.
O amor foge de mim, e a felicidade se aproxima as vezes, mas nunca me olha nos olhos.
Tenho comigo a tristeza, eterna companheira, a solidão que me apavora. Nos dias de chuva eu sinto meu corpo frio, meu sangue adeja na água, congelado na eterna espera do teu abraço.
E por mais que eu tente, eu sei e sinto uma dor insuportável, pior do que a fome, talvez pior do que a morte e a única certeza que me persegue e me pertence, nesse universo em que me abismo eu possuo uma mescla dessa terrível convicção: Como é triste esperar por alguém que sabemos que nunca virá.
Meu amor:
Eu sem você sou poço oco...
Sou parede sem reboco...
Sou vitrola sem tocar...
Sou peixe fora do mar...
Sou um barco sem vela...
Sou pintor sem aquarela...
Sou poema sem rima...
Sou rua sem esquina...
Sou como concha vazia de quem o mar esqueceu...
Ó meu amor, longe ti sou passarinho sem asas, sem poder voltar pra casa...
E no desvario meu, me ponho a sonhar e te peço, não te afastes de mim, temendo a minha sanha.
"Se você vai sair, eu chovo"...
E o que mais desejo agora é dormir e sonhar um sono só, e voltar no tempo, naquele instante em que me beijavas e encostavas teu peito no meu, e nesse momento parar e ficar prisioneiro do tempo e nele permanecer...
Sigo sem entender o amor.
Me disseram da paixão:
"Que ela quer sangue e corações arruinados e saudade é só mágoa por ter sido feito tanto estrago".
E...
Pra amainar...
"Que a paixão é um mar, parabólica dilatada, estrada que dói"...

P.S. Ele deixou o meu corpo e ardeu de desejo para com outros...
P.S. 2: Se te pareço noturno e imperfeito, olha-me de novo, porque esta noite olhei-me a mim, como se tu me olhasses...

Wolfram von Eschenbach (c. 1170 — c. 1220) foi um cavaleiro e poeta da Alemanha, considerado um dos maiores poetas épicos de sua época.

Parzival é um poema épico alemão da Idade Média atribuído ao poeta Wolfram von Eschenbach, escrito em alemão arcaico. Tendo sido traduzido para diversas línguas modernas, seu enredo enfatiza as virtudes da compaixão e do questionamento espiritual.

Datando o primeiro quarto do século XIII, seu conteúdo é em parte uma adaptação de Perceval ou le Conte du Graal ("Perceval, a História do Graal") de Chrétien de Troyes, e trata principalmente do herói Arturiano Perceval e sua busca pelo Santo Graal, a falha na primeira tentativa e o sucesso depois. Uma seção é devotada a seu amigo Gauvain e sua aventura defendendo-se de falsa acusação de assassinato, por fim ganhando a mão da dama Orgelusa.

Luís II da Baviera foi inspirado pelo poema, e áreas de seu castelo Neuschwanstein são decoradas com tapeçaria e pinturas relativas à história. Ele também foi patrono do compositor Richard Wagner, e o encorajou a escrever a ópera Parsifal baseando-se no épico. Luís então comissionou cada apresentação privada do trabalho.

martes, 8 de diciembre de 2009



Pierre-Auguste Renoir (Limoges, 25 de fevereiro de 1841 - Cagnes-sur-Mer, 3 de dezembro de 1919) foi um dos mais célebres pintores franceses e um dos mais importantes nomes do movimento impressionista.

lunes, 7 de diciembre de 2009

Impossible coexister ainsi...

Je ne peux plus supporter cette situation, impossible coexister ainsi, non plus, ça suffit pour moi!

Et soudain comme la mer, mes yeux se sont remplis de larmes, parce que devant moi je voyais que tu me livrait à l'oubli.

Comme moi, sans savoir être ce que je suis, je pourrais imaginer vivre sans tes baisers et sans l'odeur de ta peau.

Moi et toi, nous n'avons jamais été "nous", et en fait c'est impossible d'aimer ainsi loin, si loin…

C'été quand il a sorti de ma vie…

J'ai encore pu voir son large dos en partant.

J'ai couché dans le sol et j'ai fermé mes yeux et a ce moment n'existait rien entre moi et le vide. Et je ne peux plus décrire ce qui a suivi après moi, puisque dans cet fatidique après-midi de septembre je jamais plus me suis réveillé dans cette vie…

Gildo em: Devaneios meus parte 4: Em francês a dor é mais densa...

domingo, 6 de diciembre de 2009



Lily end me ou Yo e Lily...

Azar no amor, sorte no queijo Brie…

Nas esquinas da vida, numa cidade que não há esquina, sento-me, hoje não com a solidão, e sim, com a simbologia de uma amizade eterna, daquelas que nem sabemos se algum dia existirá ou se de fato existe.

Visto de longe, causa espanto, indiferença de olhares, mas pra que tudo isso? Somos o que somos, sem mais nada querer qualificar.

Os loucos se aproximam, será que de fato não somos todos loucos? Salda-me a inteligência que vê em mim e se vai, depois volta. Coisas de louco.

Visita de amante interrompem o já não ébrio ar, beijos, papo de barriga e o sorriso feliz de quem ama e se sente amada... Ela o tem e ele a tem...

Passam as horas e o sangue já se mistura, na procura constante de compartirmos tudo, provo o seu e provas o meu... O inesperado pedaço imenso de queijo brie, tão grande como a lua vem até mim.

Indignação da parte dela: Porque eu não encontro um pedaço assim de queijo brie?

Respondo: Azar no amor. Sorte no queijo brie...

Ela ri, uma risada feliz, diz que sente minha falta e que eu sou divertido...

É assim. Somos.

O tempo do ciúme diz: Que estávamos tão lindos na mesa, os dois um casal perfeito que causava inveja, depois eu pensei comigo mesmo enquanto prestava atenção em cores das quais ainda não sei o nome.

¿Sabes quem estava na mesa com nosotros?

A felicidade...

Gildo em: Devaneios meus, parte 3. O almoço a pé...

Fantasma!

Amo las líneas nebulosas de tu cara...
Tu voz que no recuerdo...
Tu racimo de aromas olvidados.

Amo tus pasos que a nadie te conducen...
Amo el sótano que pueblas con mi ausencia...
Amo entrañablemente tu carne de fantasma.

Francisco Hernández


“La columna rota” 1944- Es un desgarrador testimonio del sufrimiento que acompañó a Frida durante toda su vida. La artista se ha representado desnuda de cintura para arriba, con un corsé que envuelve su cuerpo desnudo, en el que una inhumana brecha permite observar como una columna clásica rota en varios fragmentos sustituye a su columna vertebral, claro símbolo de su columna destrozada tras el accidente de autobús. Los autosrretratos de Frida son lamentos silenciosos.

Era uma vez: Amor aos pedaços...

Não posso mais suportar essa situação, impossível conviver assim, não dá mais, pra mim chega.

E de repente como o mar, meus olhos se encheram de lágrimas, porque na minha frente eu via que você me entregava ao esquecimento.

Como eu, sem saber ser o que sou, poderia imaginar viver sem teus beijos e sem o cheiro da tua pele.

Eu e você nunca fomos um nós, e de fato é impossível amar assim, longe, tão longe...

Foi quando ele saiu da minha vida...

Eu ainda pude ver as suas costas largas indo embora.

Deitei no chão e fechei os meus olhos e nesse momento não existia nada entre mim e o vazio e não posso mais descrever o que seguiu depois de mim, pois nessa fatídica tarde de setembro eu nunca mais acordei nessa vida...

Gildo em: Devaneios meus, parte 2 o texto em francês torna o sofrimento mais denso.

sábado, 5 de diciembre de 2009

Érase una vez: amor que no es amor...

Los días fueron pasando y la tristeza se instaló en su rostro, y cada día crecía y parecía no tener más fin, era una tristeza de culpa, de dolor, de pérdidas y daños.
Intenté descubrir el motivo, todo en vano, él había se cerrado en silencios rotos, donde no pude más entrar.

Había me acostumbrado con sus silencios prolongados, aprendí a respetar esa su parte, sabía que él necesitaba de ese mundo, un mundo sólo de él, donde nadie entraba, siempre me preguntaba: ¿donde iría él en el vagón del pensamiento?
Y en medio del silencio yo lo amaba y amo y cada día percibo que lo amo más y no tengo ojos para seguir sin él.

El tiempo va pasando y yo comienzo a consumirme como una vela, cuando él me mira yo me vuelvo un cordero, pero cuando él no me mira yo no soy nada.

Era veinte de noviembre, él entra en casa, pero no era él quien había entrado, era otro, trastocado, sus ojos rojos, su respiración pesada y difícil.

Entonces él me dijo: mi amor por ti se convirtió en espejismos que me hacen que te vea como quiero yo y en la realidad no es así, por más que yo quiera cambiar no puedo, necesitas olvidarme y acostumbrarte a oír de lejos mi voz. Yo me di cuenta que eres tú la herida que sangraba dentro de mi piel. Lo diento, no soy de madera…

Y así salió de mi vida, tal vez nunca haya entrado, sólo pasado por ella. Y desde ese día, mis sentimientos se han convertido en silencios extremadamente ocupados...

Gildo em: Devaneios meus, parte 1.

miércoles, 2 de diciembre de 2009

Simonetta retratada como a Vênus.

O nascimento de Vênus e a beleza de Simonetta Vespucci

O Nascimento de Vênus é uma pintura de Sandro Botticelli, encomendada por Lorenzo di Pierfrancesco de Médici para a Villa Medicea di Castello.

A obra está exposta na Galleria degli Uffizi, em Florença, na Itália. Consiste de têmpera sobre tela e mede 172,5 cm de altura por 278,5 cm de largura.

A pintura representa a deusa Vênus emergindo do mar como mulher adulta, conforme descrito na mitologia romana.

É provável que a obra tenha sido feita por volta de 1483, sob encomenda para Lorenzo di Pierfrancesco, que a teria pedido para enfeitar sua residência, a Villa Medicea di Castello. Alguns estudiosos sugerem que a Vênus pintada para Pierfrancesco, e mencionada por Giorgio Vasari, teria sido outra que não a obra exposta em Florença e estaria perdida até o momento.

Alguns acreditam que a obra seja homenagem ao amor de Giuliano di Piero de' Medici (que morreu em 1478, na Conspiração dos Pazzi) por Simonetta Cattaneo Vespucci, que viveu em Portovenere, uma cidadela à beira-mar. Qualquer que tenha sido a inspiração do artista, parecem haver influências de obras como a "Metamorfose" e "Fasti", ambas de Ovídio, e "Versos", de Poliziano.



Simonetta Vespucci (1453-1476), "La Bella Simonetta", foi a mulher mais bonita em Florença, Itália. Ela era tão bonita que a continuaram pintando por mais de 20 anos após sua morte. Seu rosto aparece em várias pinturas de Botticelli, como o "Nascimento de Vénus". Botticelli terminou a pintura O Nascimento de Vênus, em 1485, nove anos depois. Alguns alegaram que Vênus, neste quadro, se assemelha a Simonetta, no entanto, esta afirmação, é tida como "um disparate romântico" pelo famoso historiador Felipe Fernández-Armesto! Simonetta Vespucci morreu na noite de 26 ou 27 abril de 1476, provavelmente de tuberculose pulmonar com apenas 22 anos. A cidade inteira lamentou a sua morte e milhares seguiram seu caixão. Rumores alegam que Boticelli também teria caído no amor por ela, uma opinião que foi ainda mais apoiada por seu pedido de ser enterrado a seus pés na Igreja de Todos os Santos - a igreja paroquial da Vespucci - em Florença. Seu desejo foi realizado quando ele morreu cerca de 34 anos depois, em 1510.