jueves, 5 de marzo de 2009

O tal do sexo...

Ultimamente me entreguei aos prazeres da carne, sempre pudico, com muitas restrições sobre o que gosto de fazer e o que não gosto, desejos do corpo, sentimento de culpa, vejo e nem imagino como poderia ser feito...
Me deixei levar, talvez pela idade, talvez pela solidão, nem sei ao certo...
Uns me beijam e eu queria que nunca acabasse, outros não me beijam, sentem pressa do óbvio e nesse emaranhado de sentimentos, de orgias e orgasmos, suores, odores, sussurros, gemidos, ficam eu e meu corpo discutindo dentro do vazio...
Se o sexo fosse feito apenas para procriar, pra que teria o gozo, e se no sexo não tivesse o gozo as pessoas não o fariam, seria apenas para a procriação...
Então a dúvida permanece...
E o que é então esse desejo que vem crescendo, esse desejo de beijar a mesma boca, de chegar em casa numa noite de frio e ter alguém pra te aquecer...
Ter alguém pra segurar tua mão no cinema...
Alguém pra você nunca mais almoçar sozinho...
Alguém pra te acordar com beijos numa manhã cinza e chuvosa de domingo...
Mas onde está esse alguém, estará com outro...
Aí fica inevitável...
Fico triste e penso na Florbela Espanca...
E deixo esse soneto que diz tudo sem precisar qualificar nada...

Eu...

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

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