viernes, 31 de diciembre de 2010

Se não habito mais teu peito porque sempre entras em mim?

Lucas Cranach, 1472-1553,  Kronach, Alemanha.
Nos últimos momentos que antecedem
A tristeza
Sinto tua ausência em meu peito
Como uma faca fria
A lâmina entra em minha pele
Toda a dor do mundo
Está em mim
Te vejo ir sem me deixar
É quando vejo a tristeza devorando meus dias
Cravando a saudade em meu peito
Apagando tudo em mim
Até que nada mais eu seja.

Meu amor o que você faria se só te restasse esse dia?

Frederic Leighton, 3 dezembro de 1830 - 25 janeiro de 1896

Tudo que tenho
Um enorme tempo de ausência
Um quarto vazio
Uma porta trancada
Um olhar impaciente
E uma esperança morta
A porta jamais se abrirá
Você não voltará
Tenho tédio das horas
Vazias
Amargas
Sem ti
E mais uma vez
Como se eu fosse dezembro
Me torno cinzas
Sem tuas mãos
Sem teu corpo
Sem tua boca na minha
Não quero mais lágrimas
Nem fotos
Nem tua ausência
Nesse último momento
Abro a janela
E deixo que o vento me diga
Que mesmo sem você
Ainda posso ser eu.

jueves, 30 de diciembre de 2010

Quando muitos te olham mas você não vê ou ainda sinto saudade do teu corpo junto ao meu...



Quantas vezes eu te disse
Que só tenho um corpo e uma alma
Pra te oferecer
E tendo minha alma fugido de mim
Restou-me o corpo
O chão
Onde estou
Onde fiquei desde que você se foi
Não há noites que meus olhos não vertam
Tristes lamentos
Saudades que nem sei de onde me vem
Porta estreita
Corpo sem janelas
Teu olhar
Se hoje me perguto quem sou
Só ouço ecos da dor.

lunes, 27 de diciembre de 2010

Que eu não sinta mais o meu coração!!


A dor que arrasto dentro de mim anda maior que eu
Ando perdido e louco pelas ruas
Em todos os vãos vejo teu rosto
E todas as palavras soam teu nome
Tudo ao meu redor representa você
Minha alma adoeceu sem ti
Vi ela sair de mim e morrer
Agora meu corpo verga
E se você um dia voltar pra me procurar
Encontrará meu corpo no chão
No mesmo lugar onde você me deixou sem dizer adeus
No corpo, trago a mesma camisa com teu cheiro
E no coração, mil agulhas cravadas pra disfarçar a dor do peito.

jueves, 16 de diciembre de 2010

Sair de mim e ser o outro ou quando tento ser todos e nada sou.

Lucas Cranach, 1472-1553,  Kronach, Alemanha.
Tamanha tristeza anda em minha alma
Ouço seus passos dentro de mim
Ela passeia em minha pele
Observa por mim
Entra em meus sonhos
Uma angústia avassaladora me aterra
Ando perdido em mim mesmo
Sem saber me encontrar
Sem querer me encontrar
Tenho medo de entrar em mim mesmo
Ando sem mim
Vivo sem mim
Saio de mim pra ser o outro
Os outros
Todos
Menos eu
E nessa loucura que se apossa de mim
Tento ser tudo que sou e não sou nada
E nesses últimos momentos que antecedem a tristeza e a dor que habitam em mim
Te vejo passar
Eu não pude mais ser seu
E assim, sem poder ser
Me perdi
Agora vago sereno
Com os mesmos olhos
Que nada mais podem ver
A dor de não ter você é tamanha
Que hoje percebi
Nem sinto mais o meu coração.

miércoles, 15 de diciembre de 2010

Hoje sou o imenso anverso da sombra de minhas lágrimas!!!

Frederic Leighton, 3 dezembro de 1830 - 25 janeiro de 1896
O que fazer quando a escuridão se aproxima?
Deixar-se ir lentamente?
Sem você me sinto oco.
Frio.
Meu corpo verga e gira, dilacerado ainda se move na ânsia de encontrar tua boca.
E será assim: Estou morrendo de sede de você, mas não te quero mais na minha vida.
Cultivarei a dor e perseguirei o silêncio da noite.

martes, 14 de diciembre de 2010

Dá-me um copo d´água. Água com peixes e barcos!!!

Jean Delville "Misteriosa" 1892

Vejo a noite imensa sobre mim
O vazio que sinto é como a imensidão
Eu só tenho um corpo e uma alma pra te oferecer
E isso não basta
Eu vejo as noites nuas
Carrego versos perdidos
Trago em meu peito largo uma dor de abandono
Me olho sem me vê
Tenho desertos dentro de mim
Meus olhos vergam
Só vejo flores mortas
Janelas vazias
Portas que não se abrem
Pergunto ao tempo
Quando há de cessar tamanha dor
"Yo hice lo que pude
te amé como sabia
y al final de todo
tú amor yo no tenía"...
Fico aqui
Eu e a noite escura
Imaginando quão tardio chegará o fim
Não possuo sonhos
Minha mente vagueia
Tenho sede
E não tenho mais teu amor
Me resta teu retrato
Tua ausência
E uma dor que anda presa a mim.

jueves, 9 de diciembre de 2010

Mil asas de borboletas mortas cobrem meu leito!!!


Tudo que há em mim está abandonado e por não esperar a certeza do nada, adormeço todos os dias sem você e a cada despertar, todo o vazio do mundo entra em mim.

E é sempre assim, quanto mais eu quero te esquecer, mais a tua presença anda presa a mim.

Eu verto
Lágrima molhada e sofrida
Prisão de mim mesmo
Janelas fechadas
Estranho mundo cultivado
Sem teu eu em mim
Se te ser
É vão
Eu vejo as horas
Sinto o silêncio a escutar
Passos da dor
Se ter ter
É tortura
Que minha pele
Seja tua
Se te ser e te ter
Deixo de ser eu pra me encontrar no outro
Que o outro seja eu
E que eu seja a boca que você escolheu pra derramar seus beijos
A minha dor?
"A minha dor não fala, anda sozinha, dissesse ela o que sente ai quem me dera"...
Caminho
Perdido de mim
Se você me encontrar, por favor, devolva-me...

jueves, 2 de diciembre de 2010

Je sais que j´ai besoin de toi, mais tu ne le sauras jamais!!!



"Quando você me deixou meu bem, não me disse pra eu ser feliz e passar bem"...

Eu
Raso
Sem conexão de mim mesmo.

Lágrima
Vertida sobre a pele abandonada.

Boca sem beijos
Silêncios interrompidos
Saudades que nem sei.

E hoje mais que o próprio ar, "a minha dor não fala, anda sozinha, dissesse ela o que sente, ai quem me dera"...

Decidi.
Vai ser assim.

Eu sei que eu preciso de você, mais você jamais saberá.

Hoje não consigo me expressar:
Vou quebrar o soneto de Florbela.

Saudades! Sim... Talvez... e porque não?... Se o nosso sonho foi tão alto e forte. Que bem pensara vê-lo até à morte. Deslumbrar-me de luz o coração! Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão! Que tudo isso, Amor, nos não importe. Se ele deixou beleza que conforte. Deve-nos ser sagrado como o pão! Quantas vezes, Amor, já te esqueci, Para mais doidamente me lembrar, Mais doidamente me lembrar de ti! E quem dera que fosse sempre assim: Quanto menos quisesse recordar. Mais a saudade andasse presa a mim!
O mundo precisa saber, meu mundo precisa saber.
VOCÊ DÓI EM MIM...