Imerso, perdido dentro de mim, sigo, sem saber de fato o que tenho, o que sou e onde chegarei nessa longa espera que é viver.
Tenho dentro de mim dores insuportáveis e pensamentos tortuosos, tenho outro de mim, outro eu, mais forte, determinado e dominador...
Esse outro eu de mim, me domina, anda só na noite fria e escura, e o eu meu, vai ficando perdido no canto, como poeira esquecida.
A cada dia percebo que o amor não me escolheu, ele foge de mim e quanto mais eu almejo e espero e, sinto que fui encontrado, me perco novamente dentro de mim...
E assim, vou ficando a esmo, vendo o tempo passar sem mim...
Porque os dias tem sido longos e as noites curtas...
E na grande maioria das vezes eu não acordo, eu passo.
E agora, como já fiz outrora, mesmo dilacerado, me movo, vergo e me dilacero...
Vou seguir, na expectativa de que alguém encontre o meu eu e que quando encontrar possa devolver-me.
Mas ciente, mais calmo, mais sereno, mais atento e menos altivo...
E parafraseio Hilda Hilst: "Se eu te pareço noturno e imperfeito, olha-me de novo, porque esta noite olhei-me a mim, como se tu me olhasses. Olha-me de novo, com menos altivez e mais atento"...
Aqueles que me têm muito amor, não sabem o que sinto e o que sou, não sabem que passou um dia a dor em minha porta e nesse dia entrou, e é desde então que eu sinto esse pavor... Ouço os passos da dor, essa cadência, que é já tortura infinda que é demência que é já vontade doida de gritar, e é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio, a mesma angústia funda sem remédio, andando atrás de mim sem me largar... gildorego@gmail.com 00 55 61 9229 0815
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