martes, 24 de febrero de 2009

Carnaval? Que nada. Pensamentos tortuosos...

Recém chegado da Espanha, ainda meio tonto, volto ao país que amo e que insisto em deixar...Motivo? Sei lá. Pergunta para o papai Smurf... O que sei é que nesse país de tantas alegorias e diversidades, ferveção, agitação, beijo na boca, corpos suados e sexo latente, decidi quedarme em casa solito com meus pensamentos. Sabendo que vou sentir saudade de mim quando eu morrer, que não adianta fugir da tristeza, pois ela sempre te alcança... E hoje mas que nunca sei, não adianta se entregar, a resposta à pergunta se a vida é isso mesmo, não tem resposta. A vida é você quem faz, você quem decide, você quem sabe as dificuldades de atravessar os obstáculos... Apesar dos pesares, onde anda você? Tenho tido bons momentos de carne, passageira, e no final das idas e vindas, volto sempre sozinho pra casa e tudo é silêncio e solidão... Sem promessas. De tudo isso concluo que. Estou cansado de ser eu no outro, é como ter sede infinita, mas sem ser de água... E tenho que parar de ouvir Maysa, pois descobri que ela é a Rainha da Fossa...

viernes, 13 de febrero de 2009

Minha alma está assim...

O adeus tem outro rosto...
Adeus palavra tão corriqueira
Que diz-se a semana inteira
A alguém que se conhece
Adeus logo mais eu telefono
Eu agora estou com sono
Vou dormir pois amanhece
Adeus uma amiga diz à outra
Vou trocar a minha roupa
Logo mais eu vou voltar
Mas quando
Este adeus tem outro gosto
Que só nos causa desgosto
Este adeus você não dá

A história da Ema. Ema. Ema...


Sexta-feira 13

Tenho dormido muito pouco. Na verdade, pra ser sincero, minhas noites se converteram em dias e os dias em noites. Atormentado por divagações e incertezas, ao descer as escadas, me vinha à mente um pensamento tortuoso. Será que a vida é só isso? E as respostas vinham vagas, e eu me transportava para onde o vento faz a curva e pára pra descansar. Queria mudanças em minha vida, ao mesmo tempo em que temo, por estar tanto tempo com o óbvio. Quando se pede, não se recebe, quando se questiona então... Hoje pela manhã, ainda meio atordoado pelo amor que se foi, pela promessa do amor que chegava, pelo coração aberto, pela paixão controlada, pelos devaneios sentidos, pela mente turva, pela algazarra de sentimentos libertados, perdido no vácuo da solidão, estou eu aqui como um homem numa casa. Olá silêncio!
Desperto assoberbado com um barulho horrendo, forte e arrebatador. Levanto sem saber quem sou e onde estou, numa inócua sexta feira 13 de fevereiro, sem mitos, sem fantasmas, desnudo.
Um pássaro havia se chocado na janela, se morreu, não sei, se deixou a sua vida de liberdade na vidraça, jamais saberei, era grande, eu e Lily atormentados, sentados na sala, ela disse por metáfora que havia sido uma ema, mas as emas não voam. Depois lembrei da canção que diz: "você bem sabe que a ema cuando canta, vem trazendo no seu canto um bocado de azar"... Se cuando ela canta anuncia o azar, imagina cuando ela se choca com sua vidraça e por ventura faz a passagem, morre. Não acreditando em azar e nem que fosse uma ema, dito que as emas não voam. Sigo um rumo diferente, deixo o óbvio pelo desconhecido total. Na esperança que 2009 seja um ano de resoluções para mim. Retirar do meu mundo pessoas problemáticas que me sugam e que depois me repelem... Deixarei saudades eu sei, mas não tanto como morrerei metaforicamente de saudade. E no pensamento fica o seguinte verso. Se você não tivesse me encontrado eu teria encontrado você? E resta a sensação de que quando eu morrer, vou sentir tanta saudade de mim...

miércoles, 29 de octubre de 2008

Palavras Cruzadas

Guarde nossas juras
Debaixo do seu guarda-chuva.
A chuva não pode lavar nosso gozo, nossa paz.
Tranque no porta-luvas
O mapa de suas curvas
Com minhas marcas, impressões digitais.
Passatempo, caça-palavras,
Amores com hora marcada
Quase sempre dão em nada.
Confissões na horizontal,
Confusões sob os lençóis,
Amor na vertical,
Palavras cruzadas.
Guarde nossas juras
Debaixo do seu guarda-chuva.
A chuva não pode lavar nosso gozo, nossa paz.
Tranque no porta-luvas
O mapa de suas curvas
Com minhas marcas, impressões digitais.
Passatempo, caça-palavras,
Amores com hora marcada
Quase sempre dão em nada.
Confissões na horizontal,
Confusões sob os lençóis,
Amor na vertical,
Palavras cruzadas.
Passatempo, caça-palavras,
Amores com hora marcada
Quase sempre dão em nada.
Confissões na horizontal,
Confusões sob os lençóis,
Amor na vertical,
Palavras cruzadas.

Letra de Palavas Cruzadas
Cileno

sábado, 25 de octubre de 2008

La puesta del sol Bahia de Cádiz


Deje en paz mi corazón

Ya te di mi cuerpo, mia alegria
Ya hice parar mi sangre cuando hiervia
Mira la voz que sueña
Mira la voz que salta
Mira la gota que falta para el final de la fiesta
Por favor
Deje en paz mi corazón
Que el es un vaso hasta aquí de congoja
Y cualquer rechazo, haga no
Puede ser la gota d'água

lunes, 20 de octubre de 2008

Nocturno e imperfecto


Anima mea liquefacta est ut dilectus locutus est mihi!!!


Se te parezco!!!

Se te pareço noturna e imperfeita,
Olha-me de novo.
Porque esta noite
Olhei-me a mim,
como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei.
E há tanto tempo
Entendo que sou terra.
Há tento tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu.
Pastor e nauta
Olha-me de novo.
Com menos altivez.
E mais atento.

Hilda Hilst

martes, 26 de agosto de 2008

O que vem depois de você. Onde começa e onde termina?


O sabor aterrador da verdade!


Divórcio!!!


Tenho duas mãos e uma quantidade infinita de incertezas...


O QUE ACONTECEU


Mais do que é permitido,

mais do que é preciso,

como um delírio de poeta

sobrecarregando o sonho:

o coração tornou-se enorme,

enorme o amor,

enorme o ódio.

Sob o fardo,

as pernas vão vacilantes.

Entretanto me arrasto,

apêndice do coração,

vergando as espáduas gigantes.

Encho-me dum leite de versos podres,

sem poder transbordar,

encho-me mais e mais,

sangro.

Na espera que tu venhas,

E arranque de vez o meu coração!

E sangrando, arrastando-me a ti,

Não volto nunca mais a mim mesmo!
Vladimir Maiakóvski

O camaleão cromático mimetiza o eco do gramofone



Eu entrei com armas em teu território, plantei antenas no teu coração, andei pesado na tua sala, tal como árvore ou como torre. E abrindo a boca ele devorou e abrindo os braços fez a dor passar. Primeiro os pássaros, primeiro a roda e o pensamento de querer voar. Mas deixando marcas, fazendo som aqui se planta pra colher depois e os mercadores vão pagar pra ver e aquela onda vai querer passar. É quando mudar a cor da nossa casa é quando voam os automóveis, pra outro canto, um ponto novo com tudo aquilo que se refaz...