Mais do que é permitido,
mais do que é preciso,
como um delírio de poeta
sobrecarregando o sonho:
o coração tornou-se enorme,
enorme o amor,
enorme o ódio.
Sob o fardo,
as pernas vão vacilantes.
Entretanto me arrasto,
apêndice do coração,
vergando as espáduas gigantes.
Encho-me dum leite de versos podres,
sem poder transbordar,
encho-me mais e mais,
sangro.
Na espera que tu venhas,
E arranque de vez o meu coração!
E sangrando, arrastando-me a ti,
Não volto nunca mais a mim mesmo!
Vladimir Maiakóvski
Vladimir Maiakóvski
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