lunes, 24 de agosto de 2009



Pintor, gravador e vitralista bielorusso, Marc Chagall nasceu em Vitebsk em 7 de julho de 1887 e morreu em Saint-Paul de Vence, no sul da França, em 28 de março de 1985.

Perdão. Perdi Você...

Este aqui é um fim. Este qual? Pergunto-me sem resposta.
Fim de rastros e constelações soberbas, que sem dó de mim, nem me olham.
A falta de algo em que me apegar me humilha.
Eu e minha pequena solidez, enquanto homem e ser com náusea.
As vezes queria ser árvore. Altiva e forte, mas as vejo com os braços estendidos ao céu, numa dança louca de súplica e desdém.
Outras queria ser pedra, imóvel e inerte, mas essas pisa-as toda a gente.
Está tudo certo, ainda existem cemitérios pequenos?
E quando há engano?
Quando me questiono se a melhor dádiva da vida, poderia ser a de não ter nascido...
O que resta de mim, se um dia hei de ser pó, cinza e nada, que eu saiba me perder pra me encontrar em teus braços castos.

E eu, com meu peito angustiado e cheio de dúvidas vãs, no meu mundo de insônia e insensatez, rogo a solidão da noite e a poeira dos vãos esquecidos, que me deixem sentir na carne e que preencham em mim o puído dos vãos... Pois descobri que dói muito viver e ser oco...

E assim, como quem não espera nada, rio, vergo e me dilacero... Mesmo assim ainda me movo. Sou uma janela sem paisagem...
Tantas preocupações soltas e nenhuma concatenada. Como se pode ser assim, pedi tão pouco – e nada!

Agora brinco com o bem e ao mal se este me falta, espero que voltes a mim, mesmo que seja pra me fazer mal.

Eu, na calada da noite, ainda vejo teu rosto, queria ser cego de nascença, e assim nunca ter te visto e te amado em vão.

Se hoje, sozinho estou, sem amor certo e com amores errantes, esperando que um dia possa sentir-te junto a mim, me pergunto por las noches: Como se pode amar sozinho?

Ou esperar por alguém que sabemos que nunca virá?

Ó estúpido coração que apodrece na ânsia de um dia te ver assim, sorrindo e esse sorrido seja pra mim, e o olhar se fixe nos olhos meus e a tua boca, como o universo em êxtase, daqueles êxtases pagãos que vencem a morte, se una assim, sem nada querer qualificar...

Porque hoje não tenho mais amigos. Por ti não tenho amigos. Por não ser mais quem eu era, e como sou algo novo, que nem mesmo ainda sei se gosto, os amigos vêm e partem, numa eterna inconsistência vazia, como uma daquelas conchas de quem o mar esqueceu.

E por ora é isso, estou aqui com meus sentimentos, aos poucos vou abandoná-los, um a um. Até que a minha vida se transforme em silêncios extremamente ocupados.

sábado, 22 de agosto de 2009



James Ensor (Ostende, 13 de Abril de 1860 — 19 de Novembro de 1949) foi um pintor belga dos séculos XIX e XX.

Era filho de James Frederic Ensor, um engenheiro de origem inglesa e de Maria Catherina Haegheman, de origem local modesta. Ensor foi ao longo de toda a sua vida um ser marginal e solitário e é dificil encontrar um outro artista do século XIX e XX cuja obra seja tão complexa, estranha e tão rica de interpretações.

Ensor ficou particularmente famoso pelos seus desenhos e pinturas de máscaras e multidões que utilizou como crítica social. As suas obras estão espalhadas por museus e colecções particulares de toda a Europa.

Ensor faleceu em 1949 após três semanas de agonia. Está sepultado em Mariakerk, no cemitério junto da igreja de Notre-Dame-des-Dunes.

martes, 18 de agosto de 2009

Reflexão e incompreensão...

Nos últimos tempos, para ser bem redundante, tenho prestado atenção ao tempo que me resta, mesmo sem saber ao certo quanto me falta.

São pensamentos, reflexos de paisagens de lugares a onde nunca estive e talvez por isso, nunca regressarei...

Tenho tentado ser quem não sou, mostra-me a mis mesmo e com isso, me vi sem ser ou saber que nesses últimos instantes, nada me basta...

Ando com o coração angustiado e cheio de insatisfação, por coisas ou defeitos, talvez da própria traição de mim mesmo, de não ter as escolhas bem acertadas, de não ver que a vida é feita de ciclos, não os enxergo, ou não os quero enxergar e assim sigo inerte e só com o se eu estivesse sozinho em um mar de rostos...

É como agora, chega sem pedir licença um vazio insuportável que em transporta para onde não sei e onde não quero ir...

Culpa minha, abandonei os meus sentimentos e agora a minha vida é um caminho eterno de silêncios extremos e ocupados...

E na perspectiva ilusória de encontrar alguém que me esquente quando for frio e me compreenda quando eu me sentir completamente incompreendido... é quando me falta o chão e o maldito calor de tuas mãos...

E com veia poética digo assim, meio sem rima:

Sem você sou poço oco, sou parede sem reboco, sou vitrola sem tocar, sou peixe fora do mar, sou barco sem vela, sou pintor sem aquarela, sou assim, uma lagoa rasa, sou um pássaro sem asa sem poder voltar pra casa e em teus braços me entregar.

viernes, 24 de julio de 2009

Hilda Hilst



Paulistana de Jaú, nascida no dia 21 de abril de 1930 e falecida a 4 de fevereiro de 2004, Hilda Hilst é reconhecida, quase pela unanimidade da crítica brasileira, como uma das nossas principais autoras, sendo consideradas uma das mais importantes vozes da Língua Portuguesa do século XX. Segundo o crítico Anatol Rosenfeld, “Hilda pertence ao raro grupo de artistas que conseguiu qualidade excepcional em todos os gêneros literários que se propôs - poesia, teatro e ficção”.

Dez chamamentos ao amigo!!!

Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.
(Hilda Hilst)

miércoles, 22 de julio de 2009

Sylvia Plath




Sylvia Plath (Jamaica Plain, Massachusetts, 27 de Outubro de 1932 — Primrose Hill, Londres, 11 de fevereiro de 1963) foi uma poetisa, romancista e contista norte-americana.

Reconhecida principalmente por sua obra poética, Sylvia Plath escreveu também um romance semi-autobiográfico, "A Redoma de Vidro" ("The Bell Jar"), sob o pseudônimo Victoria Lucas, com detalhamentos do histórico de sua luta contra a depressão. Assim como Anne Sexton, Sylvia Plath é creditada por dar continuidade ao gênero de poesia confessional, iniciado por Robert Lowell e W.D. Snodgrass.

Amar? Para quê?

Sempre que a vida nos apresenta o amor como algo inusitado, olhamos com desconfiança, ficamos quebrando espelhos e tentando achar respostas para algo que na verdade não se pode explicar. O amor é assim, ele chega e ele vai. E como fazer pra que ele fique de vez? Que a salada antes saboreada só, tenha companhia? Como fazer ou o quê fazer para saber que esse amor é "aquele" que nos verá envelhecer e mesmo assim ainda nos amará como a primeira vista? Respostas são para aqueles que tem medo, e o problema é que eu já caí. Fica a dúvida e a companheira solidão, passam os anos, secam as lágrimas, deixa-se o desejo, escreve-se, aconselha-se, ouve-se, reclina-se sobre o tempo e como poeira em noite de vento frio, levanto-me, suspiro e me faço deitar novamente...

Pensamento torto assim o meu, que esqueceu que é possìvel amar e deixar-se amar, que os erros acontecem no amor, que a vida foi feita pra ser vivida a dois. E se esses dois serão seis ou vinte e sete, o que importa é que o amor com todo ardor, tenha espaço na vida, e que venham as cores, e que sejam mais vivas com esse amor; e quando vier a dor, agarre-a por quinze segundos e depois deite-a fora dos lençóis que antes acolheram com calor esse mesmo amor e jazem agora frios. Tenho a convicção de que voltaram a ser aquecidos.

Na calada da noite fria e cinzenta te confesso que não te quero ter, porque um dia posso acordar chorando e esse choro contido transbordará, porque tenho medo de te levar comigo nesse mar de lágrimas que eu fiz pra navegar. E de tua boca, esperava ouvir: "Meu amor, eu te prometo, aprenderei a nadar"...

E fica a velha tentativa, meio a esmo, meio a sorrelfa, sorrasteira e pertinente...

Pergunte-se. Ouse perguntar-se:

É melhor errar amando ou acertar sem amor???

Confesso que prefiro acertar sem amor... Apesar das palavras lançadas acima...

Um beijo e não me liga...

lunes, 13 de julio de 2009

Jean Nicolas Arthur Rimbaud (20 de outubro de 1854, Charleville - 10 de novembro de 1891, Marseille). Escritor francês.

Amanecí en tus brazos

Amanecí otra vez entre tus brazos
y desperté llorando de alegría
me cobijé la cara con tus manos
para seguirte amando todo el día.
Te despertaste tú casi dormida
tú me querías decir no sé que cosa
pero callé tu boca con mis besos
y así pasaron muchas muchas horas.

Cuando cayó la noche, apareció la luna
y entró por la ventana
qué cosa más bonita cuando la luz del cielo
iluminó tu cara...

Yo me volví a meter entre tus brazos
tú me querías decir no sé que cosa
pero callé tu boca con mis besos
y así pasaron muchas muchas horas.

Chavela Vargas

lunes, 6 de julio de 2009

A máxima de hoje!!!

Durante o almoço hoje com dois amigos, quase morro engasgado de tanto rir...
Duas máximas saídas e para não esquecê-las, resolvi lançá-las no universo paralelo onde vivem todos as canetas bic.
Só eu entenderei o contexto, mais aí vai, tentando ser desapegado de todos os pre-CON-Ceitos...

Máxima número 1:
Noooooosssssaaaa... Ela pediu pra ser feia no Vale dos Ecos...
Quero ser feia, quero ser feia, quero ser feia, quero ser feia...

Máxima número 2:
Bulimia é o caralho, eu quero é um pilão...

E a vida é assim...

sábado, 4 de julio de 2009



Fhotografh by Greg Gorman

Outra Era

Quando a vida me leva
Pra longe do meu bem
Fico parecendo um trilho
Onde não passa trem
Olho pro céu o céu é mais além
Miro o espelho e não vejo ninguém
Tambor dentro do peito, coração manera
Pára de chover que já é primavera
A manhã já vem e parece quimera
Mera fantasia de quem só espera
Se eu não morrer Eu vou te ver
Amanhã depois em outra era
Em Tel Aviv, Bagdá, Brasília
A saudade ilha
E quem dera eu fosse o mar, quem dera
Em Fortaleza, Pequim, Bora-Bora
A tristeza chora
Quem dera eu pudesse te beijar agora

Composição Fagner e Zeca Baleiro
Cantada por Ceumar

domingo, 14 de junio de 2009

A burrinha da felicidade ou a tampa da panela...

Nos ditados populares, repassados de geração em geração e, evidentemente modificados de boca em boca, lembrei-me de uma canção que diz o seguinte: "Se avexe não, que a burrinha da felicidade nunca se atrasa, se avexe não, que um dia ela passa na porta da sua casa". Nada de príncipe em cavalo branco, uma simples e feliz burrinha. E no meio de tantas tragédias humanas, sentimentos resguardados, onde a felicidade anda escassa, peguei-me pensando em meio a dores fortes de cabeça, tremores, febre altíssima, calma... Não é a suína, assim espero. Voltando... Reza a lenda que há muitas luas, uma saborosa iguaria, conhecida como "charque", era produzida da espécime que na canção citada acima, seria encarregada de trazer a felicidade... Me peguei pensando mais uma vez, será que ela nunca veio porque virou charque?

Mas como desistir não é fácil, tem mais...

Reza outra lenda que todos nós somos comparados com panelas e respectivamente toda panela possui uma tampa que lhe encaixa perfeitamente. Dizia minha mãe, "toda panela tem sua tampa meu filho, às vezes não encontramos a certa, mas é assim mesmo, a errada dá um jeito". Triste com isso, pensei, ficar com a tampa errada, ou seja, com a pessoa errada, não me pareceu muito justo. Como o pensamento muitas vezes não tem domínio próprio, me peguei pensando novamente, se é um dito popular, obviamente que na época em que surgiu, não existiam as panelas sofisticadas de hoje em dia. Lembro das panelas de barro da minha querida e saudosa vó, e lembro ainda do fogão de lenha, onde jaziam as imensas panelas de barro, uma das maiores era onde minha vó preparava as cocadas, e sobre ela uma triste e sem gracejo algum, tornando-se cada vez mais escura, uma vez que não foi feita para fogão a lenha, estava lá, uma tampa vã de alumínio. Pensei, é assim a vida de muitos casais, absorvida pelo erro, mas pelo medo da solidão vindoura, do medo de estar só quando Kerollynne vier nos dar a mão e nos encaminha para a luz ou não, fazemos isso, escrevemos tristezas no seio da terra, juntamos a ilusão do incerto pela segurança de ter alguém... Mesmo que não seja quem gostaríamos que fosse, mas nada de tristezas infindas. Revelo que apesar da panela não ter a sua tampa apropriada, as cocadas eram deliciosas. Talvez a vida seja assim, nos habituamos e com o tempo aprendemos a amar, reinventamos o amor...

E eu? Com tantas agonias e vendo o tempo passar, fico ainda, olhando vez ou outra as pessoas que passam apressadas pela rua da cidade, imaginando que tanto a burrinha da felicidade quanto a panela e a tampa, são sinônimos e antônimos pra alma gêmea, mas essa coisa de alma já foge do meu entendimento, acreditando em Oscar Wilde que disse sabiamente: "Aqueles que veem qualquer diferença entre corpo e alma, não possuem nenhum dos dois".

Feliz Dia dos Namorados

domingo, 31 de mayo de 2009

Amor é isso.

Janeiro 24, 2009 — Texto da Jandira

Nada melhor que uma amizade sincera e limpa para afagar a alma da gente. Nas últimas duas semanas tive a companhia do meu amigo Gildo, que é o meu amor, irmão, namorado, marido, pai, filho, que também é mãe, irmã, amiga, companheira, amada, amante, tudo isso junto numa só pessoa. Hoje ele voltou para casa, em Brasília, e me deixou um recadinho. É que ontem estávamos contabilizando quantos presentes ele já me deu e quantos eu já dei a ele. Dele ganhei tapete, quadro, copos, porta-copos, cachecóis, adorno, enfeite, roupa, massagem, cuidado, carinho, livro, make up, produção para sair, apoio para enfrentar desafios, colo para curar desilusões amorosas… um monte de coisas. E não conseguíamos lembrar, ontem às 2 da madrugada, os presentes que eu havia dado a ele. Olha só o que ele lembrou hoje, antes de ir.

Ah… Witney sou eu, apesar da minha juventude. Hehe…

viernes, 29 de mayo de 2009

Marc Chagall (Vitebsk, Bielorrússia, 7 de julho de 1887 — Saint-Paul de Vence, França, 28 de março de 1985)

Não sou tão má como disseram por aí...

Andei pelos cantos...
Recostado igual cabo de vassoura.
Pisando em alfinetes nas madrugadas.
Esperando que alguém me faça um chá...
Ledo engano esse de esperar a paixão furtiva, se é furtiva ora, passará...ê saudade que dá e passa, como a dor, que assim, sem querer se instala em nosso peito.
Essa é mais amarga, sorrateira. Entra sem ter permissão, cava espaço, encosta no teu ego, conversa com ele e pouco a pouco te deprime, dizendo que você não é nada, que a vida é só isso mesmo...
Que os pássaros se chocam com as vidraças, que as coisas do banheiro saltam sem explicação plausível e renomada, assim como a confiança que a gente perde e nunca mais acha...
Por falar em coisas que se perdem, tenho sentido que me perdi de mim mesmo, por acaso se alguém encontrar "mim mesmo", avise-o que preciso ter um conversa muito séria com ele...
Fugidio como a luz cambaleante de uma vela ao vento e na escuridão ou rápido como a desilusão ou seria talvez a dor de ser enganado depois de pensar que encontrou o amor...
E assim a vida segue, os anos passam e você pensa que está fora de si, quando na verdade você nunca esteve em parte alguma...
Lembrei de um poema que diz: "Tenho medo de entrar dentro de mim e nunca mais me encontrar", Sabem de quem é, meu...
Pergunto: Se eu não entrar em mim, como caralho voador vou permitir que outros entrem?
Taí, solidão é algo de fato opcional, pode-se estar sozinho em um mar de rostos...
E a culpa de tudo isso é dela...
Minha melhor amiga que anda me traindo...
Enquanto a única coisa que vai passando a mão em mim é o tempo.
A minha MENTE tenta me convencer que ela não é tão má como disseram por aí...
Vai saber ou acreditar...
O certo é que ele vem pra todos...
Ele quem?
O tempo.
Que tudo cura, tudo destrói, tudo apaga, tudo dá e tudo tira...
Termino assim sem nexo, citando algo que li na última madrugada.
Que de fato me consome tempo e pra mim é o próprio tempo.
Eu olho a árvore e a árvore me olha, ela quer me dizer algo, me aproximo e encosto meu ouvido mouco no seu tronco envelhecido...
Ela diz:
"Eu sou a madeira do teu berço, a madeira da tua enxada, a madeira do teu cajado e serei a madeira do teu caixão"...