Andei pelos cantos...
Recostado igual cabo de vassoura.
Pisando em alfinetes nas madrugadas.
Esperando que alguém me faça um chá...
Ledo engano esse de esperar a paixão furtiva, se é furtiva ora, passará...ê saudade que dá e passa, como a dor, que assim, sem querer se instala em nosso peito.
Essa é mais amarga, sorrateira. Entra sem ter permissão, cava espaço, encosta no teu ego, conversa com ele e pouco a pouco te deprime, dizendo que você não é nada, que a vida é só isso mesmo...
Que os pássaros se chocam com as vidraças, que as coisas do banheiro saltam sem explicação plausível e renomada, assim como a confiança que a gente perde e nunca mais acha...
Por falar em coisas que se perdem, tenho sentido que me perdi de mim mesmo, por acaso se alguém encontrar "mim mesmo", avise-o que preciso ter um conversa muito séria com ele...
Fugidio como a luz cambaleante de uma vela ao vento e na escuridão ou rápido como a desilusão ou seria talvez a dor de ser enganado depois de pensar que encontrou o amor...
E assim a vida segue, os anos passam e você pensa que está fora de si, quando na verdade você nunca esteve em parte alguma...
Lembrei de um poema que diz: "Tenho medo de entrar dentro de mim e nunca mais me encontrar", Sabem de quem é, meu...
Pergunto: Se eu não entrar em mim, como caralho voador vou permitir que outros entrem?
Taí, solidão é algo de fato opcional, pode-se estar sozinho em um mar de rostos...
E a culpa de tudo isso é dela...
Minha melhor amiga que anda me traindo...
Enquanto a única coisa que vai passando a mão em mim é o tempo.
A minha MENTE tenta me convencer que ela não é tão má como disseram por aí...
Vai saber ou acreditar...
O certo é que ele vem pra todos...
Ele quem?
O tempo.
Que tudo cura, tudo destrói, tudo apaga, tudo dá e tudo tira...
Termino assim sem nexo, citando algo que li na última madrugada.
Que de fato me consome tempo e pra mim é o próprio tempo.
Eu olho a árvore e a árvore me olha, ela quer me dizer algo, me aproximo e encosto meu ouvido mouco no seu tronco envelhecido...
Ela diz:
"Eu sou a madeira do teu berço, a madeira da tua enxada, a madeira do teu cajado e serei a madeira do teu caixão"...
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