miércoles, 22 de abril de 2009

Desfaça-se de mim...

Uma vez você falou
Que era meu o seu amor
Que ninguém ia separar
Você de mim
Agora você vem dizendo adeus
O que foi que eu fiz
Prá que você
Me trate assim?...

Todo amor que eu guardei
A você eu entreguei
E eu não mereço tanta dor
Tanto sofrer
Agora você vem dizendo adeus
O que foi que eu fiz
Prá que você
Me trate assim?...

Toda ternura que eu lhe dei
Ninguém no mundo
Vai lhe ofertar
E seus cabelos
Só eu sei como afagar...

O meu pobre coração
Já não quer mais ilusão
Já não suporta mais sofrer
Ingratidão
Agora você vem dizendo
Dizendo adeus
O que foi que eu fiz
Prá que você
Me trate assim?...

Agora você vem dizendo
Me dizendo adeus
O que foi que eu fiz
Prá que você
Me trate assim?
Toda Ternura...
Se acabo lo que sentía por ti.
Descanse en paz en un cementerio alejado.
Sucio y muy bien apuntalado.
Según pase el tiempo empieza a florecer mi vida lejos de ti.
Me doy cuenta que eres tu la herida que sangraba dentro de mi piel.
Y como pude creerte...
Eres malo actor.

Según pase el tiempo...

sábado, 18 de abril de 2009

Água de Beber...

“Eu sempre tive uma certeza, que só me deu desilusão. É que o amor é uma tristeza, muita mágoa demais para o coração. Eu quis amar, mas tive medo e quis salvar meu coração é que o amor sabe o segredo, o medo pode matar o teu coração”.

miércoles, 15 de abril de 2009

Esquenta-me com tua adivinhação de mim...

Adivinha-me porque faz frio

Nestas noites frias e chuvosas o pensamento galopa por lugares desconhecidos e o que era perdido torna-se irrecuperável, diante de mim, passa o passado, soberbo e inerte, sem querer ser ou qualificar nada, apenas passa e volta e mais uma vez passa...
Eu fico aqui, sem saber sentir e me questiono, me pergunto, me dilacero, meu peito irrompe loucamente, como um desejo de portas por abrir.
Eu que já não era nada, torno-me pó, cinza e nada sei. Antes quisera saber e poder reaver algo que nem suponho o que possa vir a ser, o devir, e agora no meio de tanta gente e só comigo mesmo eu me redescubro velho, envelhecendo seria a palavra adequada a desadequação da vida...
A hora dos questionamentos, esse maldito calor da hora. E agora?
E agora?
E agora?
Respostas, por favor, tenham dó, tenham piedade desta alma inquieta, que sem corpo e sem separação começa novamente a vaguear, perdida no calabouço, lançado como um açoite numa noite fria e escura, solto como um grito de dor de abandono, sem amor, oco, vazio. Torno-me mais uma vez pó...
Eu te vejo, mas não sei onde estás e nem ao certo de um dia virás, tudo que peço é que venha e adivinha-me porque faz frio, esquenta-me com tua adivinhação de mim. Compreende-me, porque eu não estou me compreendendo.

Quando eu puder te olhar novamente!!!

Doces para quê?

Então, que venham as dúvidas omissas, sem querer ser, saber ou qualificar algo...
Que as sensações de um corpo possam explodir diante do nada e que o vazio nunca seja totalmente preenchido, pois assim nunca nos saciaremos. Que as gostas que caem lá fora, continuem no seu eterno bailar e que o corpo que uma vez cala, seja espelho e que se há uma correnteza na vida, que nos move e que nos leva, que nunca tenha uma direção...
Então te pergunto sem ser questionador...
Doces para quê?
Já o amargo me fascina, pois ele me é desconhecido e aterrador, não tenho medo de fantasmas, abro as portas para eles, que venham com suas mentes insanas, que passem por mim e me ensinem a vagar nesse universo em que me abismo...
Porque eu sei, mesmo que ainda que duvide, o sol nascerá outra vez e eu verei sorrisos, flores, nuvens, embalo de rede, vento no meu rosto e em meu cabelo, passeio de tarde, manhã de domingo e um afago ainda que vago de alguém que diz que me ama...
E eu por pura convicção, a dar crédito para essa natureza humana e inconstante, aceitarei esse amor, porque nunca conheci ninguém que tenha vivido duas vezes...

viernes, 3 de abril de 2009

E como ser sem sentir?


Roube um lápis para mim!

Nesse êxtase pagão que vence a sorte, dou-te meu corpo prometido a morte...
Tenho uma efusão de palavras que se movem em demasia dentro de mim, a maioria não quer sair, não há um sentimento forte que possa exprimí-las, e é nessa imensidão que sinto uma angústia cada vez mais crescente e a cada dia que nasço, acho muito complicado colocar as palavras no mundo, e as vezes, por não haver mais gestos, eu me calo e enlouqueço diante da folha de papel em branco...
E é assim, nesse vai e vem como a sorte, como os beijos que vão de boca em boca, como as palavras que gritam trancadas, como as frases que anseiam por dizer, sentir, latejar o pensamento, não enlouquecer na noite fria, acalmar-se com o tempo que tudo nos dá ao mesmo tempo que tudo nos toma...
Eu suplico, que você venha, munido de respostas, com as suas costas largas, com o seu amor insano, com seus beijos que aterram e despertam o mais profano em mim...
Mas não se esqueça meu amor...
Antes de vir, antes de chegar, antes que o sol se ponha, antes que a luz se apague eu te rogo...
Roube um lápis para mim...

miércoles, 1 de abril de 2009

Febre Terçã

De repente, no desvario teu, meu corpo estremeceu. Não foi de amor, desejo, emoção, felicidade ou algum outro sentimento desses que aquecem a alma e fazem o sangue pulsar nas veias latejantes.
Meu corpo foi acometido de calafrios imensos, maiores que minha própria dor, maiores que eu... Sozinho, sem sentir ou saber o que se passava por meu corpo, deixei que as sensações viessem, não foi acolhedor, em minhas mãos, ou ao alcance das mãos estava a medicação que dissiparia temporariamente esse pavor, esse penar...
Mas preferi deixar-me levar, e assim fui... Águas desconhecidas, meu cérebro aquecido fervilhava e lembrei de vivências da infância, partes doloridas, pois em um estágio de febre convulsivante não se pode esperar sonhar com flores, sombra de árvore, vento no rosto, carinho sem esperar ou pedir...
Foram três dias amargos, três amargos dias e assim, pensei na vida que vai, na vida que se esvai, pensei na morte, na tão temida e odiada morte que anda no mundo e chegará pra todos, inclusive para aqueles que não querem ir...
Sempre, e sempre e tanto, nesses momentos, falo de mim mesmo, mas creio que outras pessoas sentem o mesmo, refletem o tempo que se perde e de tudo que se deve fazer ou de outros planos desfeitos e outros que nem foram ao fim e nunca serão concretizados... Eu acho a minha vida uma quantidade infinita de incertezas, ao mesmo tempo em que luto comigo mesmo para não ver a vida passar na esperança, ou para os mais incrédulos na expetativa de que algo mude, algo aconteça, mas ser expectador, mero e simples expectador de flores que murcham sem desabrochar, de dias de sol trancado em um quarto onde a luz não entra, sem amor predestinado, com coração que sangra por mil feridas abertas, e assim, se esquece de bater fortemente, apaixonado pela vida, sabendo que se há algum minuto desperdiçado, foi desperdiçado com algo que pra o ego, foi válido...
Eu poderia dizer do amor que tive, mas não posso dizê-lo, e não dizendo, fico assim a esmo...
Mas sou, ainda, um eterno apaixonado pela vida, mesmo parafraseando o eterno poeta Cazuza, "Vida loca, vida breve, já que eu não posso te levar, quero que você me leve"...

lunes, 23 de marzo de 2009

Bom dia tristeza

Bom dia tristeza
Que tarde tristeza
Você veio hoje me ver
Já estava ficando
Até meio triste
De estar tanto tempo
Longe de você
Se chegue tristeza
Se sente comigo
Aqui nesta mesa de bar
Beba do meu copo
Me dê o seu ombro
Que é para eu chorar
Chorar de tristeza
Tristeza de amar

Adoniran Barbosa e Vinícius de Moraes

Instante de dois

Não quero que você me coma
Não quero que você me engula
Não quero que você me acorde
Não quero que você me durma
Não quero que você me assista
Não quero que você me assuma
Não quero que você me corte
Não quero que você me inclua

Eu só quero um segundo teu
E um segundo meu
Um instante de dois
Sem mais, nem pra depois eu te dizer
Que eu te amo não
Te amo demais para ser prisão
De dois
Amor

Cibelle

Sobre a quantidade infinita de incertezas...

As vezes eu queria dormir um sono só, penso e os pensamentos não são meus, vejo o tempo e o tempo que tenho, o tempo que resta, tenho medos e eles não querem me deixar...
Não quero me entregar ao amor, aconselho amigos, participo de discussões, enxugo as lágrimas, ouço as súplicas, vejo o estrago que esse sentimento causa nas pessoas e nos corações humanos...
O meu coração eu pus no bolso, e ao contrário da canção, não apareceu um moço pra tirar ele dali, e se houvesse tirado, e se eu tivesse deixado e se...
E com uma quantidade infinita de SES, não sei o que fazer com o que me rodeia. Estou precisando de tristeza, dos braços aconchegantes da tristeza, de sua mão, de seu silêncio, das paredes do meu quarto, de retratos na parede, de notícias no jornal...
Não quero nunca uma janela de frente para o crime, prefiro as árvores e o canto dos pássaros, não quero maresia no meu rosto... Quero a paz da noite, as gotas de chuva e nunca ter um amor para recordar...
E quando a velhice chegar, ai de mim que nada sei, que nunca amei, que talvez tenha amado sem mim, tenha sido um eu no outro, e nesse vai e vem da vida, fui aos poucos abandonando os meus sentimentos, e hoje, vejo a minha vida como um silêncio extremamente ocupado, sem querer ou gostar de perturbações, de exaltações fora de hora...
Hoje, mas que nunca, tento ser alguém que não sou, uma pessoa melhor, sem linha divisória entre a tristeza e alegria, sem vícios permanentes, quero e tenho o direito a ser triste quando queira e quanto a isso, quanto a esse desejo, não interessa e não desperta nada em mim e sim em outros...
Confesso que tenho medo, a deixei tanto tempo presa, nunca soube como expulsar esse sentimento que corrói, que alucina, que me faz cavalgar no vagão do pensamento...
Apenas espero que ela me venha e me faça bem, me faça refletir sobre o tempo que resta, sobre as portas e janelas de minha vida...
E pelos longos e estreitos corredores vazios de minha vida e esqueça tua imagem serena e petrificada e possa seguir sem rumo, com o resto de felicidade que a vida me roubou…
inha vida, onde há muitos querendo entrar e seu sem rota de fuga não os deixo passar, não quero silêncios interrompidos, não quero perguntas fora de hora, não quero abraços de compaixão nem olhares de pena, cheios de sentimentalismo...
Quero apenas me afogar no mar de rostos que vivo e sair fortificado, e outra vez poder entrar, não quero a mão estendida nem a palavra que consola, não quero outra metade nem amigos intrusos, quero o amor que passa, a paixão tardia, o beijo profano, quero ser largado sempre no altar, sentir no puído da carne a dor do abandono, de nunca ter ninguém e assim permanecer, sozinho, alone, solo...
Y que nadie me extrañe, que yo no pueda ser algo que nunca supe, quizás algo que nunca podré venir a ser…

jueves, 12 de marzo de 2009

O amor de 50 centavos...

Nos últimos tempos o amor tem mostrado as suas facetas. Ele chega sorrateiro e quer entrar em mim, entrar no meu coração, eu, sem saber direito quem sou e já com saudades de mim mesmo, achando plenamente que "a vida nunca é o que a gente somos", me deixei levar por esse sentimento, ao mesmo tempo que creio que a vida não nos fornece o necessário, não gosto de sentir saudades, não gosto de saber que alguém espera por mim, pois tenho as minhas próprias convicções sobre o ato de esperar. Esperamos muito e nos damos pouco, então o ato de se entregar consiste em viver sem esperar, mas viver sem esperar não é possível, pois somos ensinados a esperar, a saber esperar...
Assim, me dei, me entreguei, e agora sigo inerte e só, mais uma vez e talvez sempre, se é amor, se houve amor, que esse seja apenas o do abraço sufocante e apertado, das marcas do desejo no pescoço, dos beijos com sabor de ameixa e cigarro, das sensações prolongadas, do carinho em excesso, da triste ausência da partida, da dor que há de cessar e passar e assim ser mais uma cicatriz, não daquelas que incomodam, mas daquelas que são lembradas no calor da hora...
Eu sigo, permitido ou não, não vejo diferença entre alma e corpo, não vejo solução para um amor presente... Tenho em mente que esse não foi uma fuga, apenas o curso da vida que me entregou um amor e tão rápido me tirou a perspectiva de algo que poderia ser grande, mas não foi... Não posso esperar nem pedir que o amor espere, não consigo, trago em mim a dor de permanecer assim, vagando, com o amor de boca em boca, como os pobres que vão de porta em porta...

jueves, 5 de marzo de 2009

E é assim, simples assim...

Respeite mesmo o que é ruim em você Não queira fazer de você uma pessoa perfeita. Não copie uma pessoa ideal, copie você mesmo, esse é o único jeito de viver...

Clarice Lispector

O tal do sexo...

Ultimamente me entreguei aos prazeres da carne, sempre pudico, com muitas restrições sobre o que gosto de fazer e o que não gosto, desejos do corpo, sentimento de culpa, vejo e nem imagino como poderia ser feito...
Me deixei levar, talvez pela idade, talvez pela solidão, nem sei ao certo...
Uns me beijam e eu queria que nunca acabasse, outros não me beijam, sentem pressa do óbvio e nesse emaranhado de sentimentos, de orgias e orgasmos, suores, odores, sussurros, gemidos, ficam eu e meu corpo discutindo dentro do vazio...
Se o sexo fosse feito apenas para procriar, pra que teria o gozo, e se no sexo não tivesse o gozo as pessoas não o fariam, seria apenas para a procriação...
Então a dúvida permanece...
E o que é então esse desejo que vem crescendo, esse desejo de beijar a mesma boca, de chegar em casa numa noite de frio e ter alguém pra te aquecer...
Ter alguém pra segurar tua mão no cinema...
Alguém pra você nunca mais almoçar sozinho...
Alguém pra te acordar com beijos numa manhã cinza e chuvosa de domingo...
Mas onde está esse alguém, estará com outro...
Aí fica inevitável...
Fico triste e penso na Florbela Espanca...
E deixo esse soneto que diz tudo sem precisar qualificar nada...

Eu...

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!