viernes, 25 de diciembre de 2009

Fazedor de Desgosto

De luas, desatino e aguaceiro
Todas as noites que não foram tuas.
Amigos e meninos de ternura.

Intocado meu rosto-pensamento
Intocado meu rosto é tão mais triste
Sempre à procura do teu corpo exato.

Livra-me de ti.
Que eu reconstrua meus pequenos amores.
A ciência de me deixar amar
Sem amargura.

E que me dêem a enorme incoerência
De desamar, amando.

E te lembrando...

Fazedor de desgostos...
Que eu te esqueça...

Como saber de mim, sem te saber?

Hilda Hilst

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