domingo, 10 de octubre de 2010

Eu me confundi com a rua




Cansado da claridade
Entrei no escuro
Dolorosamente comprendi
E percebi como ele é belo e triste
Aqui dentro me sinto atropelado por um rio
Ninguém me vê
Ninguém questiona
Niguém existe
Só eu
As vezes vejo vultos de corpos familiares
Rostos conhecidos que na verdade nunca os vi
Passam
Sorrindo
Chorando
Lastimando-se
Uns cantam
Outros recitam
Mais a maioria chora
Não encontro minhas orelhas
Está tão escuro
E eu coleciono rostos
Não como os que vi passar
Coleciono aqueles que nunca verei
Não é possível que eu esqueça esta rua
A minha alma em outra pele
Era novembro quando amanheceu
Tenho ódio à luz e raiva à claridade
Me sento na rua e me vejo passar
Já são tantos os cabelos brancos
Até quando eu esperarei por você?
Tudo em mim dói como a incerteza.

No hay comentarios: