lunes, 11 de octubre de 2010

Nós contemos multidões


Devia ser assim:
Eu te pergunto e você me responde.
Porque está assim:
Eu te pergunto e você mente.
E mentir não é resposta.
Eu preciso dormir
A que devo todo esse tormento
Sonhei que era feliz
Foi tão efêmero
Que nem pude mostrar
A mim mesmo
Como era sentir-se assim
Agora espero tuas respostas vagas
Que venham juntas com as águas de teus olhos
Porque não suporto mais a minha pele a queimar.

domingo, 10 de octubre de 2010

Negue que me pertenceu



Se sobra algum resquício de nós eu não sei
Sigo pelo correrdor estreito de minha vida
Procuro tua imagem
As paredes me sufocam
Eu piso nos restos e tua ausência
Que aos poucos vão escorrendo de dentro de mim.

Cinzas de dezembro n.º 1

Parida em 2006 em Granada Espanha, sofrida, gelada, pero no mucho...



Eu descobri
Que sou um colecionador
De dezembros gelados
Um homem sem luz
E sem casa
Vivo desesperado
E embriagado
De recordações
Abatido pelas águas
Que brotam de meus olhos
Toda madrugada
Sempre me sinto triste
E penso que cheguei ao fim
Sinto que meus passos
Tornaram-se pesados
Quisera eu às vezes
Dominar o vento
Que invade o meu coração
E acabar com a imensa solidão
Que habita meu peito
Sem teu amor
Me sinto vazio e frio
É sempre inverno
No fundo de meu coração
E como se eu fosse dezembro
Me torno cinzas
E sei que um dia hás de sentir
Meu corpo
Mesmo sem vida
Junto ao teu

O camaleão e todas as cores desbotadas de um amor ou ainda o mimetismo dessicronizado de uma alma sem alma




O camaleão cromático mimetiza o eco do gramofone
É quando saio de mim mesmo para me encontrar no outro
Agora tenho apenas uma cicatriz ocultante
Quando você avança eu perco de vista o horizonte
E fico sem saber por quanto tempo esperarei você passar por mim.

Não é possível saber quando tudo emudece


Minha vida é uma esquina
Um mercado de frutas
Um celeiro em dia de chuva
Minha vida é uma promessa atroz
É um feriado imprensado
Um anúncio luminoso
Eu me perdi
Não sei
O que sei agora
É que há coisas na vida que só podem ser resolvidas junto do corpo de quem se ama.

Não me beije nunca mais com sua boca mesquinha



Você não voltará amor?
Era um jogo?
Me surpreendi com seu peito aberto e a saliva que saia da tua boca para a minha.
Foram golpes da vida tão fortes como nunca os viu alguém.
Era veneno?
Não posso responder.
Os mortos não falam.

Eu me confundi com a rua




Cansado da claridade
Entrei no escuro
Dolorosamente comprendi
E percebi como ele é belo e triste
Aqui dentro me sinto atropelado por um rio
Ninguém me vê
Ninguém questiona
Niguém existe
Só eu
As vezes vejo vultos de corpos familiares
Rostos conhecidos que na verdade nunca os vi
Passam
Sorrindo
Chorando
Lastimando-se
Uns cantam
Outros recitam
Mais a maioria chora
Não encontro minhas orelhas
Está tão escuro
E eu coleciono rostos
Não como os que vi passar
Coleciono aqueles que nunca verei
Não é possível que eu esqueça esta rua
A minha alma em outra pele
Era novembro quando amanheceu
Tenho ódio à luz e raiva à claridade
Me sento na rua e me vejo passar
Já são tantos os cabelos brancos
Até quando eu esperarei por você?
Tudo em mim dói como a incerteza.

sábado, 9 de octubre de 2010

Vela: O dadaismo me corroeu então souviens-toi!!!

"Te he visto pasar indiferentemente y ni una emoción se apoderó de mi, más nunca jamás perdonaré tu ausencia, tu cruel indiferencia y quiero que tu sepas que has muerto para mi" (Lecuona)




Se aproxima novembro
Como uma praga vaga e inerte
Como um beijo de marinheiro
Eu te peço uma palavra
E você me dá o silêncio
Meu coração mudo e parco de sentimentos
Não sonha mais e isso é tão triste como cadeira vazia
Nenhum vento sopra mais em meu peito aberto
Eu quero te dizer:
Amor
Você dói em mim
Sempre entre quatro paredes
E por isso, não vejo nunca ninguém
A primeira vez que você me disse adeus era novembro
De onde vinha todo aquele amor?
Agora chegas vestido como um vendedor de água que cai sobre meus olhos
Sobre você e não sobre mim, é lágrima
Lembro que no ônibus você passou a mão em meus cabelos
E na rádio tocava "total eclipse of the heart"
Nesse dia não houve morte, só nebrina e mais cadeiras vazias
Mas eu via que seus olhos começavam a ficar escuros
Era terrível estar sozinho no meio da rua
Nós queríamos que nos amássemos
Nos olhávamos, mas nunca éramos um, sempre fomos dois
Nem quando olhamos o mar você foi leal
Fala-me de teus olhos, conta-me tuas feridas abertas
E se fez outra vez silêncio
Porque você nunca voltava e era tarde e eu te esperava
Assim nunca poderíamos ser você e eu em um
Volta
Vem ver o que fez o teu amor
Me faço morrer a cada instante
Hoje te escrevo outra vez
As ambulâncias que me levam ultrapassam todos os semáforos
É hoje
Não te quero mais
Não te quero ver mais
Não te quero ter mais
Sai de dentro de mim
E me olha, eu serei torpe
Para você, que tudo sabe e nada entende, nada compreendeu
Alguma vez, mesma que pareça um sonho, voce me amou?
Lembre-se de sua dor, ainda posso ouvir seus gritos
Quem virá para me dizer que você nunca mais voltará?
E que levou todos os meus discos
Fiquei apenas com um cigarro não fumado a ouvir "tocata e fuga"
INTERMITENTEMENTE
Você confudiu a liberdade com aventura
Nunca quis sua fidelidade
Esperei sua lealdade
E não vi nenhum sentimento além de você
Meus lábios se calarão
Agora me encontro em outro que não sou eu
Uma triste razão que me fazia forte
Não mais a encontro
Talvez algum dia
Em algum ano
Talvez 2654
Nos citem
Não hoje, mais em um tempo diferente
Hoje eu apenas te faço uma pergunta
Você sabe quem me matou?

viernes, 8 de octubre de 2010

Veto: Mais um poeminha dadaísta ou rancor de alma ou ainda criação de gênio...


Quem sabe eu sinta saudade de você
Ainda que para mim nada mais é coerente
Odeio essa forma como entras em meus pensamentos
Escrevo palavras no ar, em minha mente cansada de ti
Depois de muito tempo penso:
Meu amor é como um cavalo morto
Ninguém está livre do inconsciente
Agora a solidão não se esgota de meus lábios
E é a noite que eu descubro que você nunca me disse nada
"Saio mais vazio do que entrei"
Agora quando olho a rua
Vejo que existe uma mesma porta para todos
O que muda é a maneira que cada um passa por ela
Eu sou um assassino do vazio
Não posso confessar amado meu
Mas se pudesse eu diaria:
"Que morras então e apodreças no oco do teu caixão".

Poeminha Dadaísta!!!


Percebido momento
Sua compreensão
Seu ondulante
Conduzir
Poucas sensações
Mínimas
Um detalhe
Andar
Às vezes
Meio
Sem
Alma.

jueves, 7 de octubre de 2010

AR DE NOTURNO


Tenho muito medo 
das folhas mortas, 
medo dos prados 
cheios de orvalho. 
eu vou dormir; 
se não me despertas, 
deixarei a teu lado meu coração frio. 

O que é isso que soa 
bem longe ? 
Amor. O vento nas vidraças, 
amor meu ! 

Pus em ti colares 
com gemas de aurora. 
Por que me abandonas 
neste caminho ? 
Se vais muito longe, 
meu pássaro chora 
e a verde vinha 
não dará seu vinho. 

O que é isso que soa 
bem longe ? 
Amor. O vento nas vidraças, 
amor meu ! 

Nunca saberás, 
esfinge de neve, 
o muito que eu 
haveria de te querer 
essas madrugadas 
quando chove 
e no ramo seco 
se desfaz o ninho. 

O que é isso que soa 
bem longe ? 
Amor. O vento nas vidraças, 
amor meu! 

 Federico Garcia Lorca

Da fuga - Federico Garcia Lorca

Ao meu amigo Miguel Pérez Ferrero

Perdi-me muitas vezes pelo mar,\
o ouvido cheio de flores recém cortadas,\ a língua cheia de amor e de agonia.\ Muitas vezes perdi-me pelo mar,\ como me perco no coração de alguns meninos.\ Não há noite em que, ao dar um beijo,\ não sinta o sorriso das pessoas sem rosto,\ nem há ninguém que, ao tocar um recém-nascido,\ se esqueça das imóveis caveiras de cavalo.\ Porque as rosas buscam na frente\ uma dura paisagem de osso\ e as mãos do homem não têm mais sentido \ senão imitar as raízes sob a terra.\ Como me perco no coração de alguns meninos,\ perdi-me muitas vezes pelo mar.\ Ignorante da água vou buscando uma morte de luz que me consuma.

martes, 21 de septiembre de 2010

Insustentável ou Sobre o amor e outras dores...



Não suporto o vazio das palavras caladas, mudas, mortas. Porque você entra assim na minha vida e sai de mim tão rápido como entrou. E eu, incerto, te deixei ficar... Sempe gostei do sofrer, do despregar-se de si mesmo, das longas conversas em solilóquio, de não saber o ponto onde deixo de ser eu pra ser o outro... No fundo eu sinto que te quero apenas pra poder te deixar... Mastigar o próprio ser, refazer-me... Experimento esse "eu" que não consigo terminar...

E esse choro que brota agora, nem eu sei se é verdadeiro, porque se fosse verdadeiro o coração devia acompanhar angustiado por não saber o que perdeu, enquanto a razão zomba, dizendo que não se pode perder o que nunca se teve... E assim, com essa mescla de loucura e sanidade eu sigo com o tempo. Andando perdido nos puídos dos meus próprios vãos, sem saber ao certo quem sou e o que quero agora, ontem eu não sabia, hoje não sei e a amanhã contianua incerta como os beijos que você me deu...

Densa atmosfera que paira sobre meus pensamentos tortuosos, despretensioso estou em relação a vida que me segue, pois deveria ser eu seguindo a vida? Não. Deveria ser "eu vivendo a vida" ...

-Você me atrai. Disse ele. E me beijou como beijam os Mouros...

Começo a sufocar e sem ter pra onde fugir, porque todos os lugares onde vou já me são conhecidos, preciso me reinventar e encontrar novos esconderijos de mim, queimar em minha própria chama, mas dessa vez tenho receio que talvez eu me torne cinzas... E que não seja você o vento que me leve...

Até quando posso ser lindo, livre e louco?

miércoles, 30 de junio de 2010

Construção de dois 4: Dànskï e Gildo em Solilóquio de São João



Andando pela rua alheio a tudo, olhei a fogueira de São João e pensei que não saberia dizer se ela me queria tanto quanto eu a ela naquele instante. Quis ardentemente que suas chamas me lambessem e que as labaredas consumissem aquele corpo que eu achei que era meu, mas a cada dia vou descobrindo que não me tenho mais, desde que entreguei meu coração num tempo que nem me lembro quando. Antes que me lançasse às chamas, sentei na calçada me afastando mentalmente dos últimos pedidos de casamento e declarações de amor, chorando mais que chuva...



...pensei que podia me afastar de mim mesmo, já que não reconhecia mais nem minhas próprias atitudes, mas acho que tive medo de entrar em mim e nunca mais me reencontrar. Mais uma vez sentado no chão, me deixei escorrer pelos cantos, sentindo que um rio de tragédias se misturava ao meu sangue deixando a minha alma arrepiada pela certeza de que desde o início eu soubera de tudo e mesmo assim, não tivera medo e me lancei, porque gosto das coisas inexplicáveis, que pra você são só ar e sangue... gosto do calor dessa fogueira, que deixa minha alma cada minuto mais gelada.


Sinto que estou a cada dia mais vazio de mim. Vivo a rabiscar frases, traçar desenhos tortos. Na semana passada, comprei uma máquina de picotar papel na intenção de apagar o passado e foi tudo em vão: com a cara escorrendo e o copo de vinho vazio, senti uma solidão tão dolorosa, enquanto a máquina transformava fotos e textos em tiras fininhas... Pensei que um dia não estarei mais aqui e então será que alguém iria olhar essas coisas com carinho e curiosidade, ou seriam todas postas numa caixa sem destino certo, além de teias de aranha e pó. Ou quem sabe se algum dia iriam formar desenhos de meu passado subindo na fumaça d'uma fogueira como esta...


Acho que meu maior (de)feito é ver poesia em tudo, até mesmo no sangue e na lágrima. Até nessa dor que me atravessa a garganta, sem atravessar minhas noites e dias. Tenho um certo medo de um dia não existir nenhum rastro de mim. Ando lendo desenfreadamente, marcando e grifando, deixando minhas impressões nos livros usados que compro, na esperança de encontrar subterfúgios e meras passagens de um alguém que se perdeu no caminho ou nunca quis ser encontrado. E também imagino alguém lendo um livro que li e pensando no quanto sofri nesse dia, nessa vida. E se pensar por que sofri, é porque sofre também. Às vezes eu mesmo sofro assim ao ler alguns livros e fico sem ar, paro de ler e penso em quem escreveu...


...olhando pra dentro da fogueira eu continuo meu solilóquio inútil, me sentindo o cara mais complicado do mundo. Às vezes me sinto tão complexo, quanto se tivesse fases e todas elas fossem trágicas. Acredito cada dia mais que constatar verdades é uma mentira na qual nos esforçamos em acreditar, porque afinal de contas o que é a verdade? É axioma, definição exaustiva, conceito? Em que mundo deserto eu caminho, tão árido, só tendo o oásis de minha auto-estima intermitente? Disseram que eu sou um anacoluto ambulante, mas prefiro achar que eu sou aforismo. Não é que deixe as frases quebradas. É que elas são o suficiente pra redundar se houver delongas...


Onírico ou louco? Ando ouvindo o som da minha própria voz. Quando não me ouço, parafusos imaginários saltam de mim. Minha mente vã me faz pensar que me despedaço e o pior que tenho a impressão de que ouço o barulho de mim mesmo caindo de mim, enquanto meu coração dispara, querendo encontrar alguém pra passar a noite ouvindo Piaf e fraseando na madrugada, enquanto choramos mágoas tomando vinho barato, pra dor de cabeça do dia seguinte dispersar as lembranças.


Levanto e deixo pra trás a fogueira, que vai queimando minhas vontades e eu vou pensando bobagens: se alguém escrever uma poesia pra mim num papel velho e me entregar, eu me caso, mas só se a poesia for boa. Odeio rima pobre! ...a não ser que seja um soneto...


E então, sozinho em um quarto que não é meu, numa cama onde amores furtivos passaram em braços que nunca estarei, olho pela janela e vejo outro prédio. Alguém vê televisão. Ainda é São João, mas não há fogueiras lá fora. Resta apenas o frio no fundo do meu coração. Disputo com as formigas o último pedaço de chocolate amargo, meu preferido e você nunca soube, agora vou mudar de sabor, pois quando provei lembrei do último beijo que você me deu.


Fecho a janela e penso com o coração ainda disparado: todos têm a segunda chance por direito...

viernes, 11 de junio de 2010

Construção de dois "3": Gildo e Danski, no escuro do penhasco



Acordei de alma mais puída que o amor que procurei entre os vãos.
Talvez porque minha alma seja mais ilha do que eu me sinta mar.
O que é minha intenção? Borboleta preta ou lagarta verde? Não sei.
Não passo a vida buscando o passado que eu quis.
O passado passou e só ilumina o que deixei lá atrás.
Vou em busca é do escuro dos penhascos.
E não ofereço minha mão perguntando a ninguém
"Se eu pular, você pula?"
Prefiro pensar que sou estrada muito estranha, pra alguém trafegar.

"Poucas serão as pessoas que vão querer
carregar a mesa de madrugada com você.
Quando achar essa pessoa, acabou sua busca."
Estava escrito isso no meu biscoito da sorte.
Mas sabe? Prefiro carregar só e você me diz onde fica melhor
e vou te amar assim mesmo.
A gente discute e assim se encaixa.

Sei que é trabalho pra Hércules achar quem carregue junto
e se você achar, agarre, respeite, compreeenda e alimente o amor
até que chegue o dia de alguém partir.
Em vez de procurar a metade, alguém que carregue a mesa
penso é que jamais me contentaria com remendo.
Sei que minha metade veio ao mundo pra me ver e nunca me encontrou
E a mim pouco importa o que foi feito dos tesouros
que busquei em vãos puídos.
Mudo a vista de lado, e calo, esperando a calmaria dos ventos
O resto? Vai fluindo, vazando, escorrendo...

É, eu bem que chorei e esse amor foi um dilúvio,
naufrágio ou rio de lágrimas. Sobrevivi de alma já seca.
Porém não me iludo e sei que o pior ainda será
suportar o vazio do porta retrato
e eu tenho um vazio aqui. A foto vai e vem.
Mil vezes rasguei, revelei
E tentei além de mim, muitas vezes
Então tornei a rasgar...
Acho que vou amar alguém que me ame
e mesmo que saiba que eu não amo, vou achar que sim
Pra vida ficar menos árdua.

É que quando a gente ama, se perde.
Melhor não é amar, é curtir os sentimentos
sem deixar que a dor entre ao passar pela porta.
E se ela chegar, aviso que é o dia de faxina
E que tô jogando fora os livros sobre metamorfoses
Porque quanto mais a gente ama, mais o amor acontece
E muda, transforma. E o amor não quer transformação
Quer ser vivido, amado, sentido...
A velha história no escuro do penhasco
Se eu pular, você pula?

Cansaço de cair só no vácuo
e procurar o amor naquele tal puído dos vãos...
De dar-me por inteiro e receber tão pouco...
Li ontem um velho poema teu, "Meu coração em pó"...
"No corredor estreito que se tornou a minha vida,
eu sigo procurando tua imagem, as paredes me sufocam,
enquanto eu piso nos restos
da ausência que o teu amor deixou..."
Penso que já não dá mais pra mim.
Sofrer amadurece e eu quero mais é ser criança.
Daqui a pouco olho no espelho e pergunto:
Quem sou eu? O que fiz de mim?
Crise existencialista a essa altura, dá mais não...

...mas sabe o que em mim pesa agora?
É que ninguém quer mais ouvir a mesma história
Já encheu o saco e não da pra ter dois lados:
um que ri e um que chora a mesma mágoa,
o mesmo tédio, a mesma angústia funda sem remédio,
Eu vou é me dar ao luxo, mudar o mote.
Sei que o tempo não tem feição, não tem cheiro e nem tem cor...
Então se é assim, estarei na porta de saída, vendo o portão de chegada.

E rasgo de vez aquela carta que te escrevi faz 10 anos
mas esqueci de entregar.
Assim como você não quis explicar quando foi
que esqueceu de dizer que deixou de me amar, pra não me magoar.
Sei que você não tem culpa, afinal, por mais que acredite
que minha cabeça seja diferenciada de muitas
e que tenha um monte de vozes gritando ao mundo e a mim
que quando alguém abandona outro alguém devia apenas dizer:
"vou de trem, adeus meu bem e passe bem".

miércoles, 5 de mayo de 2010

Se eu pudesse ir e não me levar...



Nada poderia ser mais diferente de mim do que eu mesmo. Por isso, é unicamente na solidão que por vezes eu atinjo uma certa continuidade existencial, mas de repente a minha vida se entorpece, para. É quando sinto uma imensa dor da qual ninguém adivinha e literalmente eu sinto que vou deixar de ser...

É quando sinto que meu coração bate apenas por simpatia...

Ultimamente não tenho me sentindo vivo, apenas quando escapo de mim para viver no outro ou me tornar qualquer um...

Nada para mim tem realidade, senão poética... A começar por mim mesmo...

Parece às vezes, que não existo realmente, mas que simplesmente imagino que sou. Aquilo em que mais custo a crer é em minha própria realidade. Escapo-me de mim sem cessar, e nunca me compreendo bem, quando me observo agir e que aquele que vejo agir seja o mesmo que observa e que se surpreende e duvida e acredita que não é mais, nem voltará a ser...

Então calo e imagino sentir o que sinto...

É como se eu estivesse indo sem me levar, sem saber que vou...

Acordo e repito. Ah se eu pudesse ir e não me levar...


"Gosto da noite imensa, triste e preta, como essa estranha e doida borboleta que eu sinto sempre a voltejar em mim"...

Cochabamba-Bolívia

sábado, 13 de marzo de 2010

Vazio de mim...

Tu m'a quité. Je sais que j'ai besoin de toi, mais tu ne le sauras jamais...
...Et si depuis ce soir-là je pleure c'est qu'il fait froid dans le fond de mon coeur...

sábado, 30 de enero de 2010

Construção de dois "2": Gildo e Danski em Inacabado por tempo que o tempo dirá



Com você, uni versos e palavras...
Construí mundos invisíveis, onde ninguém jamais pode entrar...
E assim, me perdi de mim.
Agora ando em verso mudo, como o silêncio de um convento.
Uma triste cortina de renda, velhinha e em pedaços a espera de vento.
Uma parte de mim se perdeu...
Ó meu amor, longe de ti quem sou eu?

Sou como poço oco, parede sem reboco, peixe fora do mar...
Barco sem vela, pintor sem aquarela, vitrola sem tocar...
Sou poema sem rima, rua sem esquina...
sou concha vazia de quem o mar esqueceu...
De mim? O que restou...

Amei só...
Meu corpo verga, dilacerado ainda se move...
E os versos que uni por você, agora são parte morta.
Mesmo que meu grito se fizesse mudo, minha garganta rouca vomita teu corpo de fogo...
Meu corpo adeja na água.


Agora não tenho e já não posso.
Uni versos, porque as palavras não me pertencem mais...
O meu grito é vertical, pra te alcançar no horizonte.
Afora a saudade, adentro em esperas...
nos meus olhos, uma fina garoa... sou abismo de desmemórias pra você verter em sangue...

...colha e se farte do fruto farto do desejo escolhido...

jueves, 14 de enero de 2010

Construção de dois: Gildo e Danski nesse universo que é o amar...



Ando querendo pescar palavras
Buscar idéias...
Meus dias se converteram em silêncios ocupados
Desses que consomem a gente à exaustão

Tenho tantos medos e uma quantidade infinita de incertezas
então vago sem rumo, cambaleante
procuro em minhas margens os passos que não são meus
vacilante, sigo a estrada
pensando em dias de sol, dias de chuva...
...e sigo hesitando

Meu corpo é meu espelho
e na falta de outras certezas, voo
Busco asas no meu e no teu corpo
e minhas asas parecem sussurrar o tempo todo:
"Liberdade é voltar pra onde se quer estar
É ficar onde se sente bem
É voar pra onde está o desejo inerte"

...e rogo que seja meu o teu olhar
E que eu me permita ser permitida
Que me deixe entrar nos puídos dos vãos
e habitar as lacunas, as frestas
quero a promessa que habita os sorrisos
Já não quero ser poeira esquecida no tempo
nem temer o sentimento de posse
Porque possessão é antítese de amor

sábado, 2 de enero de 2010

Sonho Vago



Um sonho alado que nasceu um instante,
Erguido ao alto em horas de demência…
Gotas de água que tombam em cadência
Na minh’alma tristíssima, distante…

Onde está ele, o Desejado? O Infante?
O que há-de vir e amar-me em doida ardência?
O das horas de mágoa e penitência?
O Príncipe Encantado? O Eleito? O Amante?

E neste sonho eu já nem sei quem sou…
O brando marulhar dum longo beijo
Que não chegou a dar-se e que passou…

Um fogo-fátuo rútilo, talvez…
E eu ando a procurar-te e já te vejo!
E tu já me encontraste e não me vês!…

Florbela Espanca

jueves, 31 de diciembre de 2009

Cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado...




Cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado
Quem diz que me entende nunca quis saber
Já fui internado numa clínica e aqui estou
Dizem que por falta de atenção dos amigos,das lembranças
E dos sonhos que se configuram tristes e inertes
Como uma ampulheta imóvel,não se mexe,não se move
Não trabalha
Estou trancado no banheiro
E faço marcas no meu corpo com um pequeno canivete
Deitado no canto,meus tornozelos sangram
E a dor é menor do que parece
Quando me corto me esqueço
Que é impossível ter da vida calma e força
Viver em dor,o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer
Um de seus amigos já se foi
Quando mais uma ocorrência policial
Ninguém entende,não me olhe assim
Com este semblante de bom samaritano
Cumprindo o seu dever,como se eu fosse doente
Como se toda essa dor fosse diferente,ou inexistente
Nada existe pra mim,não tente
Você não sabe e não entende
E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito
Eu sei que a loucura está presente
E sinto a essência estranha do que é a morte
Mas esse vazio eu conheço muito bem
De quando em quando é um novo tratamento
Mas o mundo continua sempre o mesmo
O medo de voltar pra casa à noite
Os homens que se esfregam nojentos
No caminho de ida e volta da escola
A falta de esperança é o tormento
De saber que nada é justo e pouco é certo
E que estamos destruindo o futuro
E que a maldade anda sempre aqui por perto
A violência e a injustiça que existe
Contra todos...
Um mundo onde a verdade é o avesso
E a alegria já não tem mais endereço
Eu, trancado no meu quarto
Com meus discos e meus livros, meu cansaço
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
E esperam que eu cante como antes
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
Mas um dia eu consigo existir
E vou voar pelo caminho mais bonito
Só tenho alguns anos e sou velho...

Adaptação livre não consentida da letra de Clarice de Renato Russo em Uma outra estação.

martes, 29 de diciembre de 2009

Conto de fadas



Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido, Amor!
E para as tuas chagas o ungüento
Como que sarei a minha própria dor.

Trago no nome as letras duma flor...
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento...

Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde,
O sol que é de ouro, a onda que palpita.

Dou-te, comigo, o mundo que Deus fez!
- Eu sou Aquele de quem tens saudade,
O príncipe do conto: "Era uma vez..."

Florbela Espanca

Tarde demais



Quando chegaste enfim, para te ver
Abriu-se a noite em mágico luar;
E para o som de teus passos conhecer
Pôs-se o silêncio, em volta, a escutar...

Chegaste, enfim! Milagre de endoidar!
Viu-se nessa hora o que não pode ser:
Em plena noite, a noite iluminar
E as pedras do caminho florescer!

Beijando a areia de ouro dos desertos
Procurara-te em vão! Braços abertos,
Pés nus, olhos a rir, a boca em flor!

E há cem anos que eu era novo e lindo!...
E a minha boca morta grita ainda:
Por que chegaste tarde, ó meu Amor?

Florbela Espanca

Tédio



Passo pálida e triste. Ouço dizer:
“Que branco que ele é! Parece morto!”
e eu que vou sonhando, vago, absorto,
não tenho um gesto, ou um olhar sequer...

Que diga o mundo e a gente o que quiser!
— O que é que isso me faz? O que me importa?...
O frio que trago dentro gela e corta
Tudo que é sonho e graça em mim!

O que é que me importa?! Essa tristeza
É menos dor intensa que frieza,
É um tédio profundo de viver!

E é tudo sempre o mesmo, eternamente...
O mesmo lago plácido, dormente...
E os dias, sempre os mesmos, a correr...

Florbela Espanca

A minha tragédia



Tenho ódio à luz e raiva à claridade
Do sol, alegre, quente, na subida.
Parece que minh'alma é perseguida
Por um carrasco cheio de maldade!

Ó minha vã, inútil mocidade,
Trazes-me embriagada, entontecida!...
Duns beijos que me deste noutra vida,
Trago em meus lábios roxos, a saudade!...

Eu não gosto do sol, eu tenho medo
Que me leiam nos olhos o segredo
De não amar ninguém, de ser assim!

Gosto da Noite imensa, triste, preta,
Como esta estranha e doida borboleta
Que eu sinto sempre a voltejar em mim!...

Florbela Espanca

viernes, 25 de diciembre de 2009

Fazedor de Desgosto

De luas, desatino e aguaceiro
Todas as noites que não foram tuas.
Amigos e meninos de ternura.

Intocado meu rosto-pensamento
Intocado meu rosto é tão mais triste
Sempre à procura do teu corpo exato.

Livra-me de ti.
Que eu reconstrua meus pequenos amores.
A ciência de me deixar amar
Sem amargura.

E que me dêem a enorme incoerência
De desamar, amando.

E te lembrando...

Fazedor de desgostos...
Que eu te esqueça...

Como saber de mim, sem te saber?

Hilda Hilst

sábado, 19 de diciembre de 2009

Jandira por Murilo Mendes



O mundo começava nos seios de Jandira.

Depois surgiram outras peças da criação:
surgiram os cabelos para cobrir o corpo,
(às vezes o braço esquerdo desaparecia no caos).
E surgiram os olhos para vigiar o resto do corpo.
E surgiram sereias da garganta de Jandira:
o ar inteirinho ficou rodeado de sons
mais palpáveis do que pássaros.
E as antenas das mãos de Jandira
captavam objetos animados, inanimados,
dominavam a rosa, o peixe, a máquina.
E os mortos acordavam nos caminhos visíveis do ar
quando Jandira penteava a cabeleira...

Depois o mundo desvendou-se completamente,
foi-se levantando, armado de anúncios luminosos.
E jandira apareceu inteiriça,
de cabeça aos pés.
Todas as partes do mecanismo tinham importância.
E a moça apareceu com o cortejo do seu pai,
de sua mãe, de seus irmãos.
Eles é que obedecem aos sinais de Jandira
crescendo na vida em graça, beleza, violência.
Os namorados passavam, cheiravam os seios de Jandira
e eram precipitados nas delícias do inferno.
Eles jogavam por causa de Jandira,
deixavam noivas, esposas, mães, irmãs
por causa de Jandira.
E Jandira não tinha pedido coisa alguma.
E vieram retratos no jornal
e apareceram cadáveres boiando por causa de Jandira.
Certos namorados viviam e morriam
por causa de um detalhe de Jandira.
Um deles suicidou-se por causa da boca de Jandira.
Outro, por causa de uma pinta na face esquerda de Jandira.
E seus cabelos cresciam furiosamente com a força das máquinas;
não caía nem um fio,
nem ela os aparava.
E sua boca era um disco vermelho
tal qual um sol mirim.
Em roda do cheiro de Jandira
a família andava tonta.
As visitas tropeçavam nas conversações
por causa de Jandira.

E um padre na missa
esqueceu de fazer o sinal-da-cruz por causa de Jandira.

E Jandira se casou.
E seu corpo inaugurou uma vida nova,
apareceram ritmos que estavam de reserva,
combinações de movimento entre as ancas e os seios.
À sombra do seu corpo nasceram quatro meninas que repetem
as formas e os sestros de Jandira desde o princípio do tempo.

E o marido de Jandira
morreu na epidemia de gripe espanhola.
E Jandira cobriu a sepultura com os cabelos dela.
Desde o terceiro dia o marido
fez um grande esforço para ressucitar:
não se conforma, no quarto escuro onde está,
que Jandira viva sozinha,
que os seios, a cabeleira dela transtornem a cidade
e que ele fique ali à toa.

E as filhas de Jandira
inda parecem mais velhas do que ela.
E Jandira não morre,
espera que os clarins do juízo final
venham chamar seu corpo,
mas eles não vêm.
E mesmo que venham, o corpo de Jandira
ressuscitará inda mais belo, mais ágil e transparente.


Murilo Monteiro Mendes (Juiz de Fora, 13 de maio de 1901 — Lisboa, 13 de agosto de 1975) foi um poeta brasileiro, expoente do surrealismo brasileiro.

Cartas de Sanha e Sofrimento: N. 3

Hoje a realidade bateu em minha porta.
Trancado estava e trancado permaneci.

Lembro de ver você chegar, se aproximar, sorrir, apertar minha mão e cantar pra mim.

Sonho?
Talvez sim e porque não.

Realidade?
Não sei. Sigo inerte.
Rubro pingente do amor perdido.

Sucumbo no próprio universo de meu eu...
Sem saber se sou...
E sem saber, fico, não sei até quando...

Acreditando que meu sangue errou de veia e se perdeu...

Ou que talvez de fato o amor fuja de mim.

Ou...

Fica imerso no abismo de nós dois que é sempre meu...

Agora preciso ir...

Trancar-me-ei no porão que construí com tua ausência...

E rogo ao senhor do esquecimento que apague de minha memória esse dia...

Não posso mais chorar.

Se chegue tristeza...

Ouça!!!

Ouça, vá viver
Sua vida com outro alguém
Hoje eu já cansei
De pra você não ser ninguém

O passado não foi o bastante
Pra lhe convencer
Que o futuro seria bem grande
Só eu e você

Quando a lembrança
Com você for morar
E bem baixinho
De saudade você chorar

Vai lembrar que um dia existiu
Um alguém que só carinho pediu
E você fez questão de não dar
Fez questão de negar

Maysa

Dois meninos!!!

Como dois meninos
que se entendem sem falar.
Como dois meninos
fizemos de tudo o amor.

Como dois meninos
fugimos de tudo um dia.
Fizemos tudo um dia
e ficamos sem saber.

Como dois meninos
nós brigamos por tolices
entendemos a saudade.

Nunca mais, nós dois seremos
como dois meninos.

Maysa

Morrer não dói!!!


O amor é o ridículo da vida.

A gente procura nele uma pureza impossível.

Uma pureza que está sempre se pondo, indo embora.

A vida veio e me levou com ela.

Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que nos persegue, bonita e breve.

Como as borboletas que só vivem vinte e quatro horas.

MORRER NÃO DÓI...

Cazuza

Cartas de Sanha e Sofrimento: N. 2

Passei noites escrevendo-te uma carta.
Você rasgou...

Olhei em teus olhos e disse que te amava com todas as minhas forças.
Você riu de mim...

Por fim...
Cortei os pulsos e assim fiquei a sangrar...
Você me deixou morrer...

Corredor estreito...
Costas largas...

No último instante, percebi que eu e você nunca fomos nós...

miércoles, 16 de diciembre de 2009

Cartas de Sanha e Sofrimento: N. 1

Não quero voltar a sonhar acordado e ver um oásis no deserto de meu coração...
Um ano sem você e a minha vida segue aos pedaços, com o pouco de ar que tenho em meus pulmões tento seguir vivo.
O que sobrou de nós dois não dá nem pra repartir, assim, meio sem querer ser ou saber se sou, ou ainda se seguirei.
Quem sou eu, meu amor sem você?
Que de tão leve o desejar de teus braços eu possa sentir o peso do teu corpo sobre o meu, as tuas costas largas, o teu olhar perseguidor de minhas voltas loucas, procurando algo que perdi dentro de mim.
Estou trancado.
Fechado em mim mesmo, e as chaves? As chaves você levou, e na espera angustiante de que um dia, ó meu amor, tu voltes a mim, me tranco no porão junto com tua ausência.
O amor foge de mim, e a felicidade se aproxima as vezes, mas nunca me olha nos olhos.
Tenho comigo a tristeza, eterna companheira, a solidão que me apavora. Nos dias de chuva eu sinto meu corpo frio, meu sangue adeja na água, congelado na eterna espera do teu abraço.
E por mais que eu tente, eu sei e sinto uma dor insuportável, pior do que a fome, talvez pior do que a morte e a única certeza que me persegue e me pertence, nesse universo em que me abismo eu possuo uma mescla dessa terrível convicção: Como é triste esperar por alguém que sabemos que nunca virá.
Meu amor:
Eu sem você sou poço oco...
Sou parede sem reboco...
Sou vitrola sem tocar...
Sou peixe fora do mar...
Sou um barco sem vela...
Sou pintor sem aquarela...
Sou poema sem rima...
Sou rua sem esquina...
Sou como concha vazia de quem o mar esqueceu...
Ó meu amor, longe ti sou passarinho sem asas, sem poder voltar pra casa...
E no desvario meu, me ponho a sonhar e te peço, não te afastes de mim, temendo a minha sanha.
"Se você vai sair, eu chovo"...
E o que mais desejo agora é dormir e sonhar um sono só, e voltar no tempo, naquele instante em que me beijavas e encostavas teu peito no meu, e nesse momento parar e ficar prisioneiro do tempo e nele permanecer...
Sigo sem entender o amor.
Me disseram da paixão:
"Que ela quer sangue e corações arruinados e saudade é só mágoa por ter sido feito tanto estrago".
E...
Pra amainar...
"Que a paixão é um mar, parabólica dilatada, estrada que dói"...

P.S. Ele deixou o meu corpo e ardeu de desejo para com outros...
P.S. 2: Se te pareço noturno e imperfeito, olha-me de novo, porque esta noite olhei-me a mim, como se tu me olhasses...

Wolfram von Eschenbach (c. 1170 — c. 1220) foi um cavaleiro e poeta da Alemanha, considerado um dos maiores poetas épicos de sua época.

Parzival é um poema épico alemão da Idade Média atribuído ao poeta Wolfram von Eschenbach, escrito em alemão arcaico. Tendo sido traduzido para diversas línguas modernas, seu enredo enfatiza as virtudes da compaixão e do questionamento espiritual.

Datando o primeiro quarto do século XIII, seu conteúdo é em parte uma adaptação de Perceval ou le Conte du Graal ("Perceval, a História do Graal") de Chrétien de Troyes, e trata principalmente do herói Arturiano Perceval e sua busca pelo Santo Graal, a falha na primeira tentativa e o sucesso depois. Uma seção é devotada a seu amigo Gauvain e sua aventura defendendo-se de falsa acusação de assassinato, por fim ganhando a mão da dama Orgelusa.

Luís II da Baviera foi inspirado pelo poema, e áreas de seu castelo Neuschwanstein são decoradas com tapeçaria e pinturas relativas à história. Ele também foi patrono do compositor Richard Wagner, e o encorajou a escrever a ópera Parsifal baseando-se no épico. Luís então comissionou cada apresentação privada do trabalho.

martes, 8 de diciembre de 2009



Pierre-Auguste Renoir (Limoges, 25 de fevereiro de 1841 - Cagnes-sur-Mer, 3 de dezembro de 1919) foi um dos mais célebres pintores franceses e um dos mais importantes nomes do movimento impressionista.

lunes, 7 de diciembre de 2009

Impossible coexister ainsi...

Je ne peux plus supporter cette situation, impossible coexister ainsi, non plus, ça suffit pour moi!

Et soudain comme la mer, mes yeux se sont remplis de larmes, parce que devant moi je voyais que tu me livrait à l'oubli.

Comme moi, sans savoir être ce que je suis, je pourrais imaginer vivre sans tes baisers et sans l'odeur de ta peau.

Moi et toi, nous n'avons jamais été "nous", et en fait c'est impossible d'aimer ainsi loin, si loin…

C'été quand il a sorti de ma vie…

J'ai encore pu voir son large dos en partant.

J'ai couché dans le sol et j'ai fermé mes yeux et a ce moment n'existait rien entre moi et le vide. Et je ne peux plus décrire ce qui a suivi après moi, puisque dans cet fatidique après-midi de septembre je jamais plus me suis réveillé dans cette vie…

Gildo em: Devaneios meus parte 4: Em francês a dor é mais densa...

domingo, 6 de diciembre de 2009



Lily end me ou Yo e Lily...

Azar no amor, sorte no queijo Brie…

Nas esquinas da vida, numa cidade que não há esquina, sento-me, hoje não com a solidão, e sim, com a simbologia de uma amizade eterna, daquelas que nem sabemos se algum dia existirá ou se de fato existe.

Visto de longe, causa espanto, indiferença de olhares, mas pra que tudo isso? Somos o que somos, sem mais nada querer qualificar.

Os loucos se aproximam, será que de fato não somos todos loucos? Salda-me a inteligência que vê em mim e se vai, depois volta. Coisas de louco.

Visita de amante interrompem o já não ébrio ar, beijos, papo de barriga e o sorriso feliz de quem ama e se sente amada... Ela o tem e ele a tem...

Passam as horas e o sangue já se mistura, na procura constante de compartirmos tudo, provo o seu e provas o meu... O inesperado pedaço imenso de queijo brie, tão grande como a lua vem até mim.

Indignação da parte dela: Porque eu não encontro um pedaço assim de queijo brie?

Respondo: Azar no amor. Sorte no queijo brie...

Ela ri, uma risada feliz, diz que sente minha falta e que eu sou divertido...

É assim. Somos.

O tempo do ciúme diz: Que estávamos tão lindos na mesa, os dois um casal perfeito que causava inveja, depois eu pensei comigo mesmo enquanto prestava atenção em cores das quais ainda não sei o nome.

¿Sabes quem estava na mesa com nosotros?

A felicidade...

Gildo em: Devaneios meus, parte 3. O almoço a pé...

Fantasma!

Amo las líneas nebulosas de tu cara...
Tu voz que no recuerdo...
Tu racimo de aromas olvidados.

Amo tus pasos que a nadie te conducen...
Amo el sótano que pueblas con mi ausencia...
Amo entrañablemente tu carne de fantasma.

Francisco Hernández


“La columna rota” 1944- Es un desgarrador testimonio del sufrimiento que acompañó a Frida durante toda su vida. La artista se ha representado desnuda de cintura para arriba, con un corsé que envuelve su cuerpo desnudo, en el que una inhumana brecha permite observar como una columna clásica rota en varios fragmentos sustituye a su columna vertebral, claro símbolo de su columna destrozada tras el accidente de autobús. Los autosrretratos de Frida son lamentos silenciosos.

Era uma vez: Amor aos pedaços...

Não posso mais suportar essa situação, impossível conviver assim, não dá mais, pra mim chega.

E de repente como o mar, meus olhos se encheram de lágrimas, porque na minha frente eu via que você me entregava ao esquecimento.

Como eu, sem saber ser o que sou, poderia imaginar viver sem teus beijos e sem o cheiro da tua pele.

Eu e você nunca fomos um nós, e de fato é impossível amar assim, longe, tão longe...

Foi quando ele saiu da minha vida...

Eu ainda pude ver as suas costas largas indo embora.

Deitei no chão e fechei os meus olhos e nesse momento não existia nada entre mim e o vazio e não posso mais descrever o que seguiu depois de mim, pois nessa fatídica tarde de setembro eu nunca mais acordei nessa vida...

Gildo em: Devaneios meus, parte 2 o texto em francês torna o sofrimento mais denso.

sábado, 5 de diciembre de 2009

Érase una vez: amor que no es amor...

Los días fueron pasando y la tristeza se instaló en su rostro, y cada día crecía y parecía no tener más fin, era una tristeza de culpa, de dolor, de pérdidas y daños.
Intenté descubrir el motivo, todo en vano, él había se cerrado en silencios rotos, donde no pude más entrar.

Había me acostumbrado con sus silencios prolongados, aprendí a respetar esa su parte, sabía que él necesitaba de ese mundo, un mundo sólo de él, donde nadie entraba, siempre me preguntaba: ¿donde iría él en el vagón del pensamiento?
Y en medio del silencio yo lo amaba y amo y cada día percibo que lo amo más y no tengo ojos para seguir sin él.

El tiempo va pasando y yo comienzo a consumirme como una vela, cuando él me mira yo me vuelvo un cordero, pero cuando él no me mira yo no soy nada.

Era veinte de noviembre, él entra en casa, pero no era él quien había entrado, era otro, trastocado, sus ojos rojos, su respiración pesada y difícil.

Entonces él me dijo: mi amor por ti se convirtió en espejismos que me hacen que te vea como quiero yo y en la realidad no es así, por más que yo quiera cambiar no puedo, necesitas olvidarme y acostumbrarte a oír de lejos mi voz. Yo me di cuenta que eres tú la herida que sangraba dentro de mi piel. Lo diento, no soy de madera…

Y así salió de mi vida, tal vez nunca haya entrado, sólo pasado por ella. Y desde ese día, mis sentimientos se han convertido en silencios extremadamente ocupados...

Gildo em: Devaneios meus, parte 1.

miércoles, 2 de diciembre de 2009

Simonetta retratada como a Vênus.

O nascimento de Vênus e a beleza de Simonetta Vespucci

O Nascimento de Vênus é uma pintura de Sandro Botticelli, encomendada por Lorenzo di Pierfrancesco de Médici para a Villa Medicea di Castello.

A obra está exposta na Galleria degli Uffizi, em Florença, na Itália. Consiste de têmpera sobre tela e mede 172,5 cm de altura por 278,5 cm de largura.

A pintura representa a deusa Vênus emergindo do mar como mulher adulta, conforme descrito na mitologia romana.

É provável que a obra tenha sido feita por volta de 1483, sob encomenda para Lorenzo di Pierfrancesco, que a teria pedido para enfeitar sua residência, a Villa Medicea di Castello. Alguns estudiosos sugerem que a Vênus pintada para Pierfrancesco, e mencionada por Giorgio Vasari, teria sido outra que não a obra exposta em Florença e estaria perdida até o momento.

Alguns acreditam que a obra seja homenagem ao amor de Giuliano di Piero de' Medici (que morreu em 1478, na Conspiração dos Pazzi) por Simonetta Cattaneo Vespucci, que viveu em Portovenere, uma cidadela à beira-mar. Qualquer que tenha sido a inspiração do artista, parecem haver influências de obras como a "Metamorfose" e "Fasti", ambas de Ovídio, e "Versos", de Poliziano.



Simonetta Vespucci (1453-1476), "La Bella Simonetta", foi a mulher mais bonita em Florença, Itália. Ela era tão bonita que a continuaram pintando por mais de 20 anos após sua morte. Seu rosto aparece em várias pinturas de Botticelli, como o "Nascimento de Vénus". Botticelli terminou a pintura O Nascimento de Vênus, em 1485, nove anos depois. Alguns alegaram que Vênus, neste quadro, se assemelha a Simonetta, no entanto, esta afirmação, é tida como "um disparate romântico" pelo famoso historiador Felipe Fernández-Armesto! Simonetta Vespucci morreu na noite de 26 ou 27 abril de 1476, provavelmente de tuberculose pulmonar com apenas 22 anos. A cidade inteira lamentou a sua morte e milhares seguiram seu caixão. Rumores alegam que Boticelli também teria caído no amor por ela, uma opinião que foi ainda mais apoiada por seu pedido de ser enterrado a seus pés na Igreja de Todos os Santos - a igreja paroquial da Vespucci - em Florença. Seu desejo foi realizado quando ele morreu cerca de 34 anos depois, em 1510.

miércoles, 18 de noviembre de 2009

Quando o amor envelhece ou não sei se existe em mim, saudades de você!!!



No meio da noite escura, chuvosa e quando temos apenas a companhia da solidão, esperamos a mão que nos resgata e nos segura firme, esperamos o afago e os beijos entorpecentes, cheios de furor... E é assim, sem querer nada qualificar, que sentimos a angústia se esvaecer, diminuir até acabar...
Mas o tempo, senhor de tudo, que tudo nos dá e toma, da sua boca, resta-me a ausência aterradora, na esperança de que um dia voltes a mim e que aplaque a tristeza contida...
E que a vida seja assim, feita de momentos vividos e que as lembranças se apaguem, porque existem momentos que precisam cair para sempre no esquecimento... E se quiseres voltar meu amor, volta não. Porque me partistes em mil pedaços...
Sentirei falta da tua mão na minha, quando elas se encaixavam em nossos passeios de trem pelo velho mundo, e sem saber, deixamos o nosso amor envelhecer, e tudo que envelhece morre... Te digo adeus... E sem saber se te amo... Seguirei tentando... Assim... Porque eu e você, na verdade, nunca fomos nós...

viernes, 13 de noviembre de 2009



Eugène Delacroix, pintor francês, nasceu em Charenton-Saint-Maurice, em 26 de abril de 1798, e faleceu em Paris no dia 13 de agosto de 1863...

Se você me encontrar, por favor, devolva-me!!!

Imerso, perdido dentro de mim, sigo, sem saber de fato o que tenho, o que sou e onde chegarei nessa longa espera que é viver.
Tenho dentro de mim dores insuportáveis e pensamentos tortuosos, tenho outro de mim, outro eu, mais forte, determinado e dominador...
Esse outro eu de mim, me domina, anda só na noite fria e escura, e o eu meu, vai ficando perdido no canto, como poeira esquecida.
A cada dia percebo que o amor não me escolheu, ele foge de mim e quanto mais eu almejo e espero e, sinto que fui encontrado, me perco novamente dentro de mim...
E assim, vou ficando a esmo, vendo o tempo passar sem mim...
Porque os dias tem sido longos e as noites curtas...
E na grande maioria das vezes eu não acordo, eu passo.
E agora, como já fiz outrora, mesmo dilacerado, me movo, vergo e me dilacero...
Vou seguir, na expectativa de que alguém encontre o meu eu e que quando encontrar possa devolver-me.
Mas ciente, mais calmo, mais sereno, mais atento e menos altivo...
E parafraseio Hilda Hilst: "Se eu te pareço noturno e imperfeito, olha-me de novo, porque esta noite olhei-me a mim, como se tu me olhasses. Olha-me de novo, com menos altivez e mais atento"...

lunes, 24 de agosto de 2009



Pintor, gravador e vitralista bielorusso, Marc Chagall nasceu em Vitebsk em 7 de julho de 1887 e morreu em Saint-Paul de Vence, no sul da França, em 28 de março de 1985.

Perdão. Perdi Você...

Este aqui é um fim. Este qual? Pergunto-me sem resposta.
Fim de rastros e constelações soberbas, que sem dó de mim, nem me olham.
A falta de algo em que me apegar me humilha.
Eu e minha pequena solidez, enquanto homem e ser com náusea.
As vezes queria ser árvore. Altiva e forte, mas as vejo com os braços estendidos ao céu, numa dança louca de súplica e desdém.
Outras queria ser pedra, imóvel e inerte, mas essas pisa-as toda a gente.
Está tudo certo, ainda existem cemitérios pequenos?
E quando há engano?
Quando me questiono se a melhor dádiva da vida, poderia ser a de não ter nascido...
O que resta de mim, se um dia hei de ser pó, cinza e nada, que eu saiba me perder pra me encontrar em teus braços castos.

E eu, com meu peito angustiado e cheio de dúvidas vãs, no meu mundo de insônia e insensatez, rogo a solidão da noite e a poeira dos vãos esquecidos, que me deixem sentir na carne e que preencham em mim o puído dos vãos... Pois descobri que dói muito viver e ser oco...

E assim, como quem não espera nada, rio, vergo e me dilacero... Mesmo assim ainda me movo. Sou uma janela sem paisagem...
Tantas preocupações soltas e nenhuma concatenada. Como se pode ser assim, pedi tão pouco – e nada!

Agora brinco com o bem e ao mal se este me falta, espero que voltes a mim, mesmo que seja pra me fazer mal.

Eu, na calada da noite, ainda vejo teu rosto, queria ser cego de nascença, e assim nunca ter te visto e te amado em vão.

Se hoje, sozinho estou, sem amor certo e com amores errantes, esperando que um dia possa sentir-te junto a mim, me pergunto por las noches: Como se pode amar sozinho?

Ou esperar por alguém que sabemos que nunca virá?

Ó estúpido coração que apodrece na ânsia de um dia te ver assim, sorrindo e esse sorrido seja pra mim, e o olhar se fixe nos olhos meus e a tua boca, como o universo em êxtase, daqueles êxtases pagãos que vencem a morte, se una assim, sem nada querer qualificar...

Porque hoje não tenho mais amigos. Por ti não tenho amigos. Por não ser mais quem eu era, e como sou algo novo, que nem mesmo ainda sei se gosto, os amigos vêm e partem, numa eterna inconsistência vazia, como uma daquelas conchas de quem o mar esqueceu.

E por ora é isso, estou aqui com meus sentimentos, aos poucos vou abandoná-los, um a um. Até que a minha vida se transforme em silêncios extremamente ocupados.

sábado, 22 de agosto de 2009



James Ensor (Ostende, 13 de Abril de 1860 — 19 de Novembro de 1949) foi um pintor belga dos séculos XIX e XX.

Era filho de James Frederic Ensor, um engenheiro de origem inglesa e de Maria Catherina Haegheman, de origem local modesta. Ensor foi ao longo de toda a sua vida um ser marginal e solitário e é dificil encontrar um outro artista do século XIX e XX cuja obra seja tão complexa, estranha e tão rica de interpretações.

Ensor ficou particularmente famoso pelos seus desenhos e pinturas de máscaras e multidões que utilizou como crítica social. As suas obras estão espalhadas por museus e colecções particulares de toda a Europa.

Ensor faleceu em 1949 após três semanas de agonia. Está sepultado em Mariakerk, no cemitério junto da igreja de Notre-Dame-des-Dunes.

martes, 18 de agosto de 2009

Reflexão e incompreensão...

Nos últimos tempos, para ser bem redundante, tenho prestado atenção ao tempo que me resta, mesmo sem saber ao certo quanto me falta.

São pensamentos, reflexos de paisagens de lugares a onde nunca estive e talvez por isso, nunca regressarei...

Tenho tentado ser quem não sou, mostra-me a mis mesmo e com isso, me vi sem ser ou saber que nesses últimos instantes, nada me basta...

Ando com o coração angustiado e cheio de insatisfação, por coisas ou defeitos, talvez da própria traição de mim mesmo, de não ter as escolhas bem acertadas, de não ver que a vida é feita de ciclos, não os enxergo, ou não os quero enxergar e assim sigo inerte e só com o se eu estivesse sozinho em um mar de rostos...

É como agora, chega sem pedir licença um vazio insuportável que em transporta para onde não sei e onde não quero ir...

Culpa minha, abandonei os meus sentimentos e agora a minha vida é um caminho eterno de silêncios extremos e ocupados...

E na perspectiva ilusória de encontrar alguém que me esquente quando for frio e me compreenda quando eu me sentir completamente incompreendido... é quando me falta o chão e o maldito calor de tuas mãos...

E com veia poética digo assim, meio sem rima:

Sem você sou poço oco, sou parede sem reboco, sou vitrola sem tocar, sou peixe fora do mar, sou barco sem vela, sou pintor sem aquarela, sou assim, uma lagoa rasa, sou um pássaro sem asa sem poder voltar pra casa e em teus braços me entregar.

viernes, 24 de julio de 2009

Hilda Hilst



Paulistana de Jaú, nascida no dia 21 de abril de 1930 e falecida a 4 de fevereiro de 2004, Hilda Hilst é reconhecida, quase pela unanimidade da crítica brasileira, como uma das nossas principais autoras, sendo consideradas uma das mais importantes vozes da Língua Portuguesa do século XX. Segundo o crítico Anatol Rosenfeld, “Hilda pertence ao raro grupo de artistas que conseguiu qualidade excepcional em todos os gêneros literários que se propôs - poesia, teatro e ficção”.

Dez chamamentos ao amigo!!!

Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.
(Hilda Hilst)

miércoles, 22 de julio de 2009

Sylvia Plath




Sylvia Plath (Jamaica Plain, Massachusetts, 27 de Outubro de 1932 — Primrose Hill, Londres, 11 de fevereiro de 1963) foi uma poetisa, romancista e contista norte-americana.

Reconhecida principalmente por sua obra poética, Sylvia Plath escreveu também um romance semi-autobiográfico, "A Redoma de Vidro" ("The Bell Jar"), sob o pseudônimo Victoria Lucas, com detalhamentos do histórico de sua luta contra a depressão. Assim como Anne Sexton, Sylvia Plath é creditada por dar continuidade ao gênero de poesia confessional, iniciado por Robert Lowell e W.D. Snodgrass.

Amar? Para quê?

Sempre que a vida nos apresenta o amor como algo inusitado, olhamos com desconfiança, ficamos quebrando espelhos e tentando achar respostas para algo que na verdade não se pode explicar. O amor é assim, ele chega e ele vai. E como fazer pra que ele fique de vez? Que a salada antes saboreada só, tenha companhia? Como fazer ou o quê fazer para saber que esse amor é "aquele" que nos verá envelhecer e mesmo assim ainda nos amará como a primeira vista? Respostas são para aqueles que tem medo, e o problema é que eu já caí. Fica a dúvida e a companheira solidão, passam os anos, secam as lágrimas, deixa-se o desejo, escreve-se, aconselha-se, ouve-se, reclina-se sobre o tempo e como poeira em noite de vento frio, levanto-me, suspiro e me faço deitar novamente...

Pensamento torto assim o meu, que esqueceu que é possìvel amar e deixar-se amar, que os erros acontecem no amor, que a vida foi feita pra ser vivida a dois. E se esses dois serão seis ou vinte e sete, o que importa é que o amor com todo ardor, tenha espaço na vida, e que venham as cores, e que sejam mais vivas com esse amor; e quando vier a dor, agarre-a por quinze segundos e depois deite-a fora dos lençóis que antes acolheram com calor esse mesmo amor e jazem agora frios. Tenho a convicção de que voltaram a ser aquecidos.

Na calada da noite fria e cinzenta te confesso que não te quero ter, porque um dia posso acordar chorando e esse choro contido transbordará, porque tenho medo de te levar comigo nesse mar de lágrimas que eu fiz pra navegar. E de tua boca, esperava ouvir: "Meu amor, eu te prometo, aprenderei a nadar"...

E fica a velha tentativa, meio a esmo, meio a sorrelfa, sorrasteira e pertinente...

Pergunte-se. Ouse perguntar-se:

É melhor errar amando ou acertar sem amor???

Confesso que prefiro acertar sem amor... Apesar das palavras lançadas acima...

Um beijo e não me liga...

lunes, 13 de julio de 2009

Jean Nicolas Arthur Rimbaud (20 de outubro de 1854, Charleville - 10 de novembro de 1891, Marseille). Escritor francês.

Amanecí en tus brazos

Amanecí otra vez entre tus brazos
y desperté llorando de alegría
me cobijé la cara con tus manos
para seguirte amando todo el día.
Te despertaste tú casi dormida
tú me querías decir no sé que cosa
pero callé tu boca con mis besos
y así pasaron muchas muchas horas.

Cuando cayó la noche, apareció la luna
y entró por la ventana
qué cosa más bonita cuando la luz del cielo
iluminó tu cara...

Yo me volví a meter entre tus brazos
tú me querías decir no sé que cosa
pero callé tu boca con mis besos
y así pasaron muchas muchas horas.

Chavela Vargas

lunes, 6 de julio de 2009

A máxima de hoje!!!

Durante o almoço hoje com dois amigos, quase morro engasgado de tanto rir...
Duas máximas saídas e para não esquecê-las, resolvi lançá-las no universo paralelo onde vivem todos as canetas bic.
Só eu entenderei o contexto, mais aí vai, tentando ser desapegado de todos os pre-CON-Ceitos...

Máxima número 1:
Noooooosssssaaaa... Ela pediu pra ser feia no Vale dos Ecos...
Quero ser feia, quero ser feia, quero ser feia, quero ser feia...

Máxima número 2:
Bulimia é o caralho, eu quero é um pilão...

E a vida é assim...

sábado, 4 de julio de 2009



Fhotografh by Greg Gorman

Outra Era

Quando a vida me leva
Pra longe do meu bem
Fico parecendo um trilho
Onde não passa trem
Olho pro céu o céu é mais além
Miro o espelho e não vejo ninguém
Tambor dentro do peito, coração manera
Pára de chover que já é primavera
A manhã já vem e parece quimera
Mera fantasia de quem só espera
Se eu não morrer Eu vou te ver
Amanhã depois em outra era
Em Tel Aviv, Bagdá, Brasília
A saudade ilha
E quem dera eu fosse o mar, quem dera
Em Fortaleza, Pequim, Bora-Bora
A tristeza chora
Quem dera eu pudesse te beijar agora

Composição Fagner e Zeca Baleiro
Cantada por Ceumar